Uma
missão da NASA descobriu uma enorme quantidade de fitoplâncton, algas vitais
para a cadeia alimentar dos oceanos, no lugar menos esperado: debaixo do gelo
do Ártico, segundo um estudo publicado esta quinta-feira pela revista Science.
Uma
equipe da NASA foi enviada ao mar de Chukchi, litoral do Alasca, noroeste do
continente americano, onde encontrou uma biomassa de fitoplâncton que se
estende por 100 km na plataforma de gelo, informou o chefe da missão, Kevin
Arrigo.
"Ficamos
atônitos. Foi completamente inesperado. Foi, literalmente, o florescimento de
fitoplâncton mais intenso que vi nos 25 anos que faço este tipo de
pesquisa", afirmou o cientista da Universidade de Stanford, na Califórnia.
Esta descoberta sugere que o Oceano Ártico é mais produtivo do que se acreditava |
"Como
os tomates numa horta, todo fitoplâncton requer luz e nutrientes para
crescer", explicou Arrigo. "Supunha-se que havia muito pouca luz
debaixo do gelo e não esperávamos ver muitas destas algas".
Para
a missão, chamada "Impacto da Mudança Climática nos Ecossistemas e a
Química do Meio Ambiente Ártico do Pacífico" (ICESCAPE), os cientistas
realizaram expedições entre junho e julho de 2010 e 2011.
Arrigo
disse que a descoberta provocou uma mudança fundamental na compreensão do
ecossistema do Ártico, que era considerado frio e desolado.
Esta
pode ser a maior concentração de fitoplâncton do mundo, afirmou Arrigo, que se
surpreendeu que tenha crescido sob uma camada de gelo marinho tão grossa quanto
a altura de uma criança de cinco anos.
Esta
descoberta sugere que o Oceano Ártico é mais produtivo do que se acreditava,
apesar de serem necessários mais estudos para determinar como este fitoplâncton
sob o gelo influi nos ecossistemas locais.
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