A próxima revolução agrícola, as consequências do aquecimento global nos oceanos e as pesquisas sobre o autismo: todos estes temas serão discutidos a partir desta quinta-feira em Vancouver, no maior fórum científico mundial, que reunirá milhares de pesquisadores.
Oito mil participantes de 60 países são aguardados para a edição 2012 da conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que será celebrada entre 16 e 20 de fevereiro em Vancouver, oeste do Canadá.
A principal missão da AAAS, que publica a prestigiosa revista Science, é sensibilizar a opinião pública, os políticos e os cientistas para as grandes questões científicas e sociais.
O tema central da conferência este ano é "O desenvolvimento de uma sociedade humana global baseada no conhecimento em um mundo cada vez mais aberto", disse a titular da AAAS, Nina Fedoroff, bióloga molecular e geneticista de vanguarda, professora da Universidade da Pensilvânia (nordeste dos Estados Unidos).
Recifes de corais Foto de Adek Berry/AFP |
O fórum se concentrará em seus trabalhos "sobre vários desafios complexos e interrelacionados relativos à produção de alimentos, as fontes de energia e água, assim como as possíveis soluções através da cooperação internacional na investigação", destacou em um comunicado.
Cento e cinquenta simpósios em todas as disciplinas científicas - da astronomia à matemática, passando pela medicina, a climatologia e a busca de novas fontes de energia - estão previstos durante a conferência, a primeira da AAAS celebrada no Canadá em 30 anos.
A maioria das conferências anuais desta associação, fundada em 1848, foi celebrada nos Estados Unidos.
Vários colóquios em Vancouver serão dedicados ao impacto do aquecimento no ecossistema oceânico do planeta e nas formas de proteger as espécies marinhas, recorrendo a satélites e ao desenvolvimento de áreas protegidas.
Também serão feitas apresentações sobre a polêmica técnica utilizada na América do Norte de fraturamento hidráulico para quebrar rochas e explorar jazidas de gás natural e petróleo, até agora de difícil acesso.
Outro simpósio será centrado na pesquisa para aumentar em grande medida o potencial da fotossíntese em plantas com folhas artificiais, capazes de impulsionar o rendimento de cultivos para a alimentação e a produção de biocombustíveis.
Os cientistas também apresentarão trabalhos sobre possíveis riscos no sistema alimentar mundial, devido às mudanças climáticas, o que em alguns países gerou escassez e fez aumentar os preços, uma situação agravada pela proibição de exportação de alimentos procedentes de cultivos transgênicos.
Além disso, será analisada a pesquisa para a produção de carne em laboratório, sem animais, com vistas à duplicação do consumo mundial previsto para 2050 e a reduzir o impacto da pecuária no meio ambiente. Esta atividade já representa 18% das emissões totais de gases de efeito estufa produzidos pelos humanos.
No âmbito da medicina, serão apresentados estudos sobre os fatores genéticos e ambientais que podem contribuir para o autismo.
Com relação à obesidade, os pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos divulgarão um modelo matemático para prever com grande precisão o peso que uma pessoa pode ganhar ou perder, levando em conta seu consumo diário de alimentos e seu nível de atividade física.
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