A Itália se prepara para enfrentar a nova onda de frio polar que voltará a atingir o país neste fim de semana, algumas regiões pediram reforço do Exército para evitar o isolamento como ocorreu na última tempestade de neve.
Mais unidades do Exército chegarão nesta quinta-feira a Avellino, depois do pedido do de intervenção militar diante das próximas previsões meteorológicas feito pelo delegado do Governo da província da região da Campânia, Ennio Blasco.
Na nevada passada dezenas de localidades como Zungoli, Lacedonia, Bisaccia, Nusco, Villanova del Battista, Pietrastornina, Sant'Andrea di Conza ficaram incomunicáveis e teme-se que as novas precipitações piorem a situação.
O Exército continua na região de Abruzzos, uma das mais afetadas pelas nevadas, removendo a neve para abrir passagem às regiões que estão isoladas.
Depois que a onda de frio causou importantes danos e, ao menos, 40 vítimas, as Prefeituras se preparam com máquinas para remover a neve e toneladas de sal para jogar sobre estradas e calçadas.
Em Roma, após a polêmica pela falta de prevenção, o prefeito da capital, Gianni Alemanno, ordenou a colocação de correntes nos veículos até a manhã de sábado e a formação de equipes divididas por regiões para coordenar possíveis emergências. Ainda distribuíram 5 mil pás para a população das localidades menores.
A Promotoria de Roma abriu uma investigação para avaliar a atuação na capital durante o último fim de semana, quando a cidade ficou completamente bloqueada pela neve, com dezenas de carros presos nas estradas e a total ausência de meios de transporte.
Conforme o mais recente boletim meteorológico da Defesa Civil, "a partir de sexta-feira chegará uma nova onda de frio ártico que deve piorar as condições em grande parte do território, com os primeiros efeitos no norte e a rápida expansão durante o dia para o centro-sul".
O site da companhia de estradas italianas, Autostrade, alerta para intensas nevadas entre sexta e sábado em regiões centro-orientais do país, e adverte que poderá haver a paralisação do transporte de caminhões.
REINO UNIDO
O Reino Unido está em alerta nesta quinta-feira pela previsão de gelo e nevascas de até oito centímetros na maioria das regiões do país, em meio a uma onda de frio que já causou a morte de três pessoas esta semana.
A instituição meteorológica declarou "alerta amarelo" - um degrau abaixo do vermelho, a máxima advertência - em várias zonas da Inglaterra, Escócia e País de Gales, por prever neve, gelo e granizo.
No norte da Inglaterra, deve-se "estar preparado" por conta das dificuldades nas estradas, que se agravarão pelo granizo que pode cair ao longo desta quinta-feira e nos próximos dias.
"Desde o meio-dia de hoje, podem cair entre quatro e oito centímetros de neve", estima o meteorologista Nick Prebble, que assinala que as zonas mais afetadas serão os condados nortistas de East Yorkshire e Lincolnshire e a região central de Midlands.
A previsão indica que as nevascas de hoje deverão prolongar-se até amanhã, embora no fim de semana deva predominar céu nublado e chuva fina.
No entanto, as temperaturas se manterão negativas durante a noite, embora possam subir durante o dia, segundo as previsões.
Três pessoas morreram no Reino Unido em consequência da grande nevasca que caiu no domingo, entre elas uma criança de 10 anos que sofria de epilepsia e foi encontrada morta fora da casa de um amigo aonde havia ido brincar com a neve.
A onda de frio fora do normal deste inverno na Europa pode ser uma consequência do aquecimento global |
PARA ENTENDER
A onda de frio fora do normal deste inverno na Europa pode ser uma consequência do aquecimento global. Por incrível que pareça. É o que explica o pesquisador Vladimir Petoukhov, do Instituto Potsdam, na Alemanha.
Segundo ele, o frio pode ser consequência de jatos de ar frio que vieram do Ártico, e tiveram a passagem facilitada pelo derretimento do gelo na superfície do Mar de Barents, no norte da Europa. O encolhimento da camada de gelo que normalmente cobre os mares do Ártico (por causa do aquecimento global) causariam um aquecimento regional no ar sobre o Mar de Barents. Isso geraria uma série de anomalias atmosféricas, que facilitariam o deslocamento das correntes de ar gelado do Pólo Norte para a Europa. “Essas anomalias podem triplicar a chance de invernos com temperaturas extremamente baixas na Europa e no norte da Ásia”, diz Petoukhov.
Anomalia Térmica |
Quando vemos pela televisão diversas cidades europeias sofrendo com o frio e as nevascas típicas dessa época do ano, nem de longe podemos imaginar o tamanho da região afetada. Enquanto algumas áreas apresentam temperaturas relativamente frias, outras sofrem com a intensa onde de frio, com os termômetros marcando menos de 20 graus negativos.
Vinda do Ártico, a forte onda de frio atingiu o continente europeu e a Rússia na metade de janeiro. Em alguns lugares o frio chegou acompanhado de violentas nevascas que paralisaram aeroportos e interromperam o tráfego ferroviário em diversos países.
A imagem mostrada foi feita pelos sensores de resolução moderada MODIS a bordo do satélite de sensoriamento remoto Terra, da Nasa. A cena é um panorama de imagens registradas entre os dias 04 de fevereiro e faz menção a um período de aproximadamente 8 dias.
Na imagem, os tons azuis-escuros mostram os diversos locais onde a temperatura chegou até 20 graus negativos abaixo da média, enquanto os tons claros indicam os valores dentro do normal. Em vermelho são mostrados onde as temperaturas ficaram acima da média.
Pelas cores é fácil perceber que quase toda a Rússia e o leste europeu foram as áreas mais afetadas, o que pode ser facilmente comprovado pelos números oficiais.
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