As agências das Nações Unidas para a luta contra a fome no mundo lançaram nesta quarta-feira, em Roma, um pedido urgente à comunidade internacional para que sejam doados 725 milhões de dólares para reduzir a onda de fome que atinge a região africana do Sahel.
"São necessários 725 milhões de dólares este ano", assegurou Helen Clark, administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), para combater a emergência no Sahel, a região do continente africano situada entre o deserto do Saara e as savanas centrais, onde 12 milhões de pessoas sofrem com a fome.
Sahel é a região do continente africano onde 12 milhões de pessoas sofrem com a fome |
"Temos pouco tempo para agir. A seca avança, mas é possível evitar as consequências. Temos apenas de dois a três meses", afirmou o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
O novo diretor da FAO, que antecipou que dará prioridade à África em sua luta pela erradicação da fome no mundo, reconheceu que "não se pode esquecer outras regiões do continente africano, como a Somália".
"Eles precisam da nossa ajuda", enfatizou.
A comissária europeia para a ajuda urgente, Kristalina Georgieva, anunciou a concessão de 30 milhões de euros para alimentar as crianças menores.
"Vamos dar imediatamente 30 milhões de euros para comprar alimentos e enviá-los a essa região. Com esta soma, apoiaremos programas para alimentar um milhão de crianças com menos de dois anos e meio milhão de mulheres grávidas que estão amamentando", explicou.
Cinco países do Sahel (Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia e Níger) declararam que estão em situação de emergência e precisam de ajuda devido, em parte, às escassas chuvas e poucas colheitas.
"A crise já chegou. Tudo que podemos fazer é tentar mitigar seu impacto nas populações, em particular nas mais afetadas ou nas que mais precisam", recordou, em dezembro passado, Thomas Yanga, diretor regional do PMA para a África Ocidental, em coletiva de imprensa em Dacar.
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