Nasa
mostra, em laranja e vermelho, as áreas mais poluídas em 2014; em azul, aquelas
com melhor ar
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Imagens
divulgadas pela Nasa revelam quais são os países mais poluídos do mundo – e
quais partes do globo reduziram ou aumentaram suas emissões nos últimos dez
anos.
Embora
ainda estejam entre as áreas com o pior ar em todo o mundo, Estados Unidos,
Europa Ocidental e Japão apresentaram melhora entre 2005 e 2014, de acordo com
as imagens da agência espacial americana.
No
continente europeu, a queda da poluição chegou a até 50%, como resultado da
maior restrição sobre os poluentes, mesmo em meio ao escândalo de fraudes no
controle de emissões de veículos que abateu a Volkswagen, gigante do setor automotivo.
No
Brasil, os mapas mostram que o quadro geral se manteve similar, ainda longe dos
altíssimos lançamentos de gases ocorridos nas regiões mais desenvolvidas do
mundo – porém, centros tradicionalmente mais poluídos, como a Grande São Paulo,
continuam com altos e preocupantes índices, semelhantes às de outras metrópoles
globais.
No mapa acima,
de 2005, "área vermelha" era maior nos Estados Unidos e na Europa,
mas menor no norte da China
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Desde
2004, a Nasa monitora as emissões em todo o planeta por meio de um instrumento
instalado em seu satélite Aura. Entre elas, as de dióxido de nitrogênio,
resultado da queima de combustíveis fósseis, principalmente por carros, pela
produção de energia e pela atividade industrial.
O
gás se transforma no “mau” ozônio ao reagir com compostos orgânicos voláteis,
quando exposto à irradiação solar. O resultado dessa mutação é o poluente respiratório
mais presente no ar que respiramos – por isso, o dióxido de nitrogênio é usado,
em geral, como indicador da qualidade do ar em geral, principalmente nas
cidades grandes de países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
“Ao
monitorar do espaço as emissões de dióxido de nitrogênio, conseguimos ver os
efeitos de fatores como a energia, políticas ambientais e até conflitos civis a qualidade do ar ao redor do globo”, afirmou, em comunicado divulgado pela
Nasa, o cientista Bryan Duncan, que lidera o estudo no centro de voo espacial
Goddard.
Mudanças na Europa
entre 2005 e 2014; quanto mais forte é o azul, maior foi a queda nas emissões
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Onde a poluição cresceu
Em
países como China, Índia e parte do Oriente Médio, principalmente na região do
Golfo Pérsico, locais cujas economias e atividade industrial estão em expansão,
a poluição aumentou.
As
imagens da Nasa, porém, mostram um movimento interessante no norte chinês, onde
estão as cidades mais industrializadas e a produção de energia se torna cada
vez mais intensa. Enquanto a área, em geral, apresentou um aumento considerável
da emissão do gás, Pequim, a capital do país, registrou uma considerável
redução.
Segundo
Duncan, isso é resultado de uma maior pressão da crescente classe média de
Pequim por um ar melhor – a metrópole é historicamente considerada uma das
cidades mais poluídas do mundo, e imagens constantemente a mostram coberta sob
uma nuvem de poeira e com parte de seus habitantes usando máscaras nas ruas.
Mapa mostra que
emissões caíram entre 2005 e 2014 na Síria em guerra (área com manchas em azul)
e avançaram no Iraque, que produz muito petróleo (onde há mais marcas
vermelhas, à direita)
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Os
mapas da agência espacial americana mostram também os efeitos da movimentação
demográfica, como a ocorrida por causa da guerra civil na Síria: enquanto os
índices de dióxido de carbono caíram consideravelmente no país, principalmente
em cidades maiores como a capital Damasco e Aleppo, as emissões cresceram nos
países da vizinhança que mais receberam refugiados sírios.
Nos
Estados Unidos, embora as emissões tenham sido reduzidas em geral, elas
avançaram até 30% em algumas áreas de Estados como o Texas e a Carolina do
Norte, onde há intensa produção de petróleo e gás natural.
Áreas
"vermelhas", mais poluídas, diminuíram nos EUA entre 2005 (acima) e
2014 (abaixo)
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