Nova diretiva foi aprovada no XVIII International Botanical Congress
Botânico Nicholas Turland defendeu alteração |
Desde o primeiro dia deste ano que já não é obrigatório fazer uma breve descrição em latim de uma nova espécie botânica. Segundo o código internacional de nomenclatura botânica, era obrigatório incluir essa descrição desde 1935.
A tradição caiu por estar obsoleta. No entanto, os nomes das espécies continuarão a ser escritos com terminação latina. A nova regra foi aprovada no XVIII International Botanical Congress, que se realizou em Melbourne, Austrália, o ano passado.
Desde os anos 30 do século passado que o autor de uma descrição de uma espécie acabada de descobrir devia fazer uma pequena descrição – a chamada diagnose – em latim. O resto do artigo podia estar no idioma da revista que o publicasse.
Uma das razões para esta mudança foi o fato desta regra penalizar os investigadores dos países não ocidentais, que normalmente não têm bases de latim. Houve críticas de alguns países latinos, nomeadamente de Portugal, pela investigadora Estrela Figueiredo.
Nicholas Turland, do Jardim Botânico do Missouri (em St. Louis, EUA), um dos representantes da área da nomenclatura do congresso justificou a alteração afirmando que descrever em latim as espécies encontradas era um anacronismo e um impedimento para catalogar a biodiversidade da Terra num momento em que as espécies podem estar a extinguir-se num ritmo mais rápido do que aquele a que os cientistas conseguem descrever.
A decisão não foi fácil e o próprio Turland admite que mesmo sem a exigência de escrever a diagnose em latim os investigadores devem aprender a língua para compreenderem a literatura científica já publicada.
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