Tempestade Solar |
Imagem, divulgada pela agência espacial americana, mostra tempestade solarUma forte tempestade solar, que parecia se dissipar, atingiu a Terra em cheio na noite de quinta-feira (08), tornando-se o evento geomagnético mais importante desde 2004, disseram nesta sexta-feira especialistas americanos, que esperam mais atividade para este fim de semana.
A descarga de radiação solar causou poucos transtornos na rede elétrica, mas obrigou as companhias aéreas a desviar rotas em torno dos pólos e gerou imagens impressionantes de aurora boreal em algumas partes do mundo.
O fenômeno começou na noite de terça-feira com uma série de explosões no Sol, que lançaram partículas carregadas em grande velocidade para a Terra, mas a tempestade parecia se dissipar na quinta-feira, sem provocar os cortes de energia ou os problemas com os sistemas de navegação por satélite GPS, como se esperava.
Espetáculo de aurora boreal na região de Yellowknife, Canadá (Foto: AP)As condições mudaram à noite, quando aumentou a intensidade da tormenta, que se elevou à categoria "forte" (G3) em uma escada de um a cinco, disse Bob Rutledge, chefe do departamento de previsões do clima espacial na Adminstração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
"Acabamos recebendo alguma coisa do forte impacto que esperávamos", disse, explicando que a mudança se deveu a uma alteração no campo magnético dentro da ejeção de massa coronal que explodiu fora do sol.
"Quando se olha a tempestade de forma global, em termos de tamanho e de potência, poderia se dizer que é a tormenta mais forte desde novembro de 2004", disse.
Nos estados do norte dos Estados Unidos, como Wisconsin, Michigan e Washington, houve registros de um espetáculo de luz noturna, causado pela aurora boreal, quando partículas altamente carregadas interagem com o campo magnético da Tierra, criando um brilho colorido.
E embora os operadores elétricos já tenham "visto estas alterações em seus sistemas, tudo deveria estar dentro do que são capazes de manejar", acrescentou Rutledge.
Embora se espere uma redução paulatina da tempestade a partir desta sexta-deira, Rutledge advertiu sobre a possibilidade de mais alterações até domingo devido a uma erupção durante a noite na mesma região solar conhecida como 1429, que tem estado em atividade desde o começo da semana.
A labareda solar atingiu nível dois em uma escala de cinco e não foi tão grande quanto a erupção de terça-feira, mas se combinou a uma ejeção de massa coronal que, segundo Rutledge, se dirigirá para a Terra na madrugada de domingo.
"Vai afetar a Terra. Dirige-se diretamente para nós", disse.
"Achamos que isto poderia provocar uma intensidade de tempestade que pode alcançar novamente o nível G3. Não achamos que tenha a mesma intensidade sustentada que teve a tempestade que acaba de terminar", acrescentou.
As tempestades geomagnéticas e de radiação são cada vez mais frequentes à medida que o Sol evolui de seu período de mínima a máxima atividade nos próximos anos, mas as pessoas geralmente são protegidas pelo campo magnético da Terra.
No entanto, alguns especialistas estão preocupados porque, como a dependência da tecnologia de satélites GPS é maior do que durante o último máximo de atividade solar, poderia haver maiores transtornos na vida moderna.
Tempestade solar se intensifica
A tempestade solar que está afetando à Terra se intensificou nesta sexta-feira causando algumas interferências nas comunicações antes de remeter, enquanto os especialistas advertem que outras se aproximam.
O fenômeno foi intenso, mas a geoefetividade se manteve baixa durante a quinta-feira devido à orientação do campo magnético do planeta, explicou à Agência Efe Eduardo Araújo, cientista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).
No entanto, nesta sexta-feira, "ao inverter a componente vertical do campo magnético interplanetário, a geoefetividade do evento aumentou de forma considerável, e a tempestade magnética alcançou níveis severos (G3)", de uma escalada de cinco.
O aumento da intensidade causou "extensos bloqueios em alta frequência radial", assim como um aumento na margem de erro dos sistemas de posicionamento (GPS) e auroras boreais que puderam ser vistas em Seattle e Sheridan, nos EUA, mas não foram registrados problemas nas redes elétricas, assinalou.
O sol passa por ciclos regulares de atividade e a cada 11 anos aproximadamente ocorre um pico máximo na atividade no qual costumam produzir-se tempestades que às vezes deformam e inclusive atravessam o campo magnético da Terra.
Araújo lembrou que neste momento estamos na fase ascendente do ciclo solar e o máximo deve ocorrer em algum momento de 2013, por isso "a atividade continuará aumentando durante este período".
De fato, a Nasa (agência espacial americana) registrou outra ejeção de massa coronal que deve chegar à Terra no dia 11 de março e, segundo o especialista, "se prevê uma tempestade magnética de intensidade similar a que estamos vendo agora".
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