Esta foto foi escolhida pela BBC 28 de setembro, 2012 como uma das 20 mais bonitas

Sejamos proativos nas questões relacionadas às mudanças climáticas, pois não seremos poupados de seus efeitos devastadores a curto e longo prazo.
gmsnat@yahoo.com.br
Um Blog diferente. Para pessoas diferentes!

Grato por apreciar o Blog.
Comentários relevantes e corteses são incentivados. Dúvidas, críticas construtivas e até mesmo debates também são bem-vindos. Comentários que caracterizem ataques pessoais, insultos, ofensivos, spam ou inadequados ao tema do post serão editados ou apagados.

domingo, 11 de março de 2012

GELO DA GROENLÂNDIA É MAIS VULNERÁVEL AO AQUECIMENTO DO QUE SE PENSAVA

A cobertura de gelo da Groenlândia está mais sensível ao aquecimento global do que se pensava, já que uma elevação relativamente pequena da temperatura no longo prazo a derreteria completamente, segundo um estudo publicado neste domingo.
Pesquisas anteriores sugeriram que seria necessário um aquecimento de pelo menos 3,1º Celsius acima dos níveis pré-industriais, em uma faixa de 1,9ºC a 5,1º C, para derreter completamente a camada de gelo.
Mas novas estimativas, publicadas na revista Nature Climate Change, estabelecem o limite em 1,6ºC em uma faixa de 0,8ºC a 3,2º C, embora esta temperatura tenha que ser mantida por dezenas de milhares de anos para apresentar este efeito.
A Groenlândia é, depois da Antártica, a maior reserva de água congelada em terra.
Se derreter completamente, provocará uma elevação do nível do mar em 7,2 metros, encharcando deltas e terras baixas.
Imagem de satélite da Nasa mostra gelo desprendido da geleira Petermann,
no noroeste da Groenlândia, em agosto de 2010 - Foto de AFP/Arquivo
Segundo o estudo, se o aquecimento global se limitar a 2ºC, uma meta estabelecida em negociações climáticas da ONU, o derretimento completo aconteceria em uma escala de tempo de 50.000 anos.
As emissões atuais de carbono, no entanto, situam o aquecimento muito além desta meta. Se não forem controladas, um quinto da cobertura de gelo derreteria no prazo de 500 anos e toda estaria extinta em 2.000 anos, segundo o estudo.
O estudo foi feito por cientistas do Instituto Postdam de Pesquisa sobre o Impacto do Clima (PIK) e da Universidade Complutense de Madri.
Segundo eles, o risco de perda total do gelo parece remota, em vista da imensa escala de tempo, porém alertaram que suas descobertas contestam muitas suposições sobre a estabilidade da cobertura de gelo com relação ao aquecimento no longo prazo.
A atmosfera terrestre já se aqueceu 0,8ºC desde o início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, e o dióxido de carbono emitido hoje ainda perdurará por séculos.
A cobertura de gelo é vulnerável a um tipo de círculo vicioso, também conhecido como 'feedback positivo', que impulsiona o derretimento, segundo o artigo.
Chegando a 3.000 metros de espessura em alguns lugares, a cobertura de gelo hoje se beneficia do efeito protetor de altitudes maiores e mais frias.
Mas quando derrete, a superfície desce para altitudes mais baixas, com temperaturas mais elevadas, demonstra o modelo de computador.
Além disso, porções de terra expostas pelo gelo absorvem radiação por serem mais escuras e não refletirem a luz. À medida que se aquecem, elas ajudam a derreter o gelo em seus arredores.
"Nosso estudo demonstra que, sob certas condições, o derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia se torna irreversível. Isto sustenta a noção de que a cobertura de gelo é um elemento preponderante no sistema terrestre", disse Andrey Ganopolski, cientista do PIK.
"Se a temperatura global superar o limiar significativamente a longo prazo, o gelo continuará a derreter e não se recuperará, mesmo se o clima voltar, após milhares de anos, aos níveis pré-industriais", acrescentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário