Uma pesquisadora da Universidade do Oregon revisou estudos sobre os suplementos de emagrecimento, e trouxe más notícias para os que esperam um remédio mágico para perder peso: isso não existe.
Melinda Manore revisitou as evidências de centenas de suplementos para perda de peso, uma indústria que só nos Estados Unidos movimenta U$ 2,4 bilhões (R$ 4,21 bi). De acordo com ela, não existe nenhuma comprovação de eles ajudam a perder peso significativamente, e muitos ainda trazem problemas de saúde.
Alguns produtos, como o chá verde, fibras e suplementos com pouca gordura, podem ter benefícios modestos na perda de peso (cerca de dois quilogramas), mas é importante saber que a maior parte dos remédios foram testados como parte de uma dieta de redução de calorias.
Uma dieta equilibrada é melhor do que medicamentos |
“Para a maioria das pessoas, a não ser que elas alterem a alimentação e comecem a se exercitar diariamente, nenhum suplemento vai ter um impacto grande”, comenta Manore.
Manore analisou remédios que entram em quatro categorias: produtos que bloqueiam a absorção de gordura ou carboidratos, estimulantes como a cafeína e a efedrina que aumentam o metabolismo, produtos que contém ácido linoleico conjugado, que modificam a composição do corpo diminuindo as gorduras, e supressores de apetite, como as fibras solúveis.
Ela descobriu que muitos produtos não passaram por bons testes clínicos, que examinassem a efetividade do remédio, e a maior parte das pesquisas não incluiu exercício físico. A maioria dos produtos mostrou menos de um quilo de redução do peso, quando comparado aos grupos com placebo.
“Eu não sei como você elimina o exercício da equação”, comenta Manore. “O exercício é crucial não só para perder peso e manter a massa muscular, mas também para manter o peso”.
Em geral, o que as pessoas querem é perder peso e manter ou aumentar a massa magra. Não há evidência de que algum suplemento faça isso. E alguns têm efeitos colaterais, desde simples, como gases, até muitos sérios, como derrames e problemas de coração.
Manore comenta que a chave para perder peso é comer alimentos integrais, frutas, vegetais e carnes magras, reduzir o número de calorias ingeridas, e se manter em movimento. Dependendo do indivíduo, aumentar a quantidade de proteínas pode ser bom (especialmente aqueles que não querem perder a massa magra), mas o único modo de perder peso é modificar o estilo de vida.
“Adicionar fibras, cálcio, proteína e tomar chá verde pode ajudar”, afirma. “Mas nenhum desses vai ter muito efeito a não ser que você se exercite, coma frutas e vegetais”.
As linhas gerais de Manore, sobre estilo de vida, incluem:
- Não saia de casa pela manhã sem ter um plano para a janta. Comer espontaneamente geralmente dá margem para opções mais pobres.
- Comece a refeição com muita salada, molhos de baixa caloria ou uma sopa com base de legumes.
- Você vai se sentir muito mais cheio e não vai comer tanto depois. Melhor ainda: peça apenas um aperitivo como extra à salada.
- Ache formas de se manter em movimento, principalmente se o seu trabalho é sedentário. Manore afirma que ela usa telefones sem fio para poder andar enquanto conversa. Durante reuniões longas, peça para ficar em pé ou caminhe por pequenos períodos, assim você não fica sentado o tempo todo.
- Coloque vegetais em toda refeição possível. Coloque no molho da massa, junto às carnes, ou apenas coma frutas e vegetais sempre que der fome.
- Aumente as fibras. A maioria das pessoas não come fibras suficientes.
- Tente comer as frutas e vegetais ao invés de bebê-los. Comer uma maçã é melhor do que um suco de maçã. Também é melhor comer alimentos que ocupam mais espaço, como frutas maiores.
- Elimine os alimentos processados. Manore comenta que algumas pesquisas mostram que esse tipo de comida é pior para a digestão.
Sabemos de tudo isto, mas somos negligentes e aí apelamos pelo imediatismo e pagamos o preço. Interessante que não podemos comprar antibióticos e muitos outros remédios sem receita, mas são os médicos que receitam fórmulas mortíferas.
ResponderExcluirO problema é a cabeça das pessoas que só pensam em emagrecer pela estética e não pela saúde, aí caem na cilada dos medicamentos.
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