As metas atuais de redução das emissões de carbono levarão o mundo a um aquecimento global de 3,5ºC, superando muito o teto de 2ºC estabelecido pelas Nações Unidas, alertaram nesta terça-feira cientistas durante as negociações climáticas de Durban.
Segundo eles, as emissões de gases estufa, aprisionadores de calor, estão aumentando tão rapidamente que os governos têm poucos anos para evitar enormes ajustes para respeitar a meta de 2ºC, estabelecida pela ONU.
"Os compromissos atuais encaminham-se para uma tendência global de emissões que levará o aquecimento à marca de 3,5º C", segundo estimativa publicada por um consórcio de pesquisadores alemães.
O planeta realmente está climaticamente mudado |
O mundo está em um "caminho de alto aquecimento, alto custo e alto risco", reiteraram.
O documento, compilado por cientistas da Climate Analytics e da Ecofys, empresas alemãs especializadas em dados de carbono, foi publicado às margens da Conferência Climática da ONU, que reúne 194 países em Durban, África do Sul. A cúpula de 12 dias termina na próxima sexta-feira.
A meta de 2º C foi estabelecida na conturbada Cúpula de Copenhague em 2009 e acertada no ano passado, em Cancún, juntamente com uma meta, menos factível, de 1,5ºC.
Acompanhando estes objetivos está uma lista de compromissos de países sobre o que eles pretendem fazer para conter suas emissões.
Esta foi a primeira vez em que todos os países foram persuadidos a declarar ações específicas para controlar suas emissões de carbono. Mas as medidas não são subordinadas a qualquer regime de conformidade e não estão previstas penalidades caso não sejam cumpridas.
O estudo dos cientistas alemães destacou que os atuais compromissos levariam a emissões globais de 55 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em 2020. Esta cifra supera em 11 bilhões de toneladas o volume consistente com a meta de aquecimento de 2ºC, que é de 44 bilhões de toneladas.
Como resultado, os custos da eficiência energética e da troca para formas mais limpas de energia subirão muito após 2020 de forma a compensar as perdas. As emissões globais terão que diminuir 3,8% de 2020 a 2050, tendo como parâmetro anual o ano 2000.
Mas este esforço será reduzido quase à metade, a 2%, se as ações para conter o aumento das emissões forem iniciadas nos próximos três anos, de forma a reduzir as previsões para 44 bilhões de toneladas em 2020.
Os dados revelados pelo relatório coincidem com estimativas similares publicadas no mês passado pela Agência Internacional de Energia (AIE) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Cientistas alertam que o teto de 2ºC não garante um porto seguro frente às mudanças climáticas e consideram o cenário de 3,5ºC extremamente perigoso.
Ele pioraria consideravelmente as secas, inundações e tempestades, bem como afetaria os níveis dos mares, condenando dezenas de milhões à fome e à falta de teto.
Com relação à meta de 2ºC o planeta já sofreu um aquecimento de 0,8ºC desde o início da Revolução Industrial, quando o carvão - seguido do petróleo e do gás - impulsionaram o progresso.
É preciso ser um anormal para não entender a realidade. Estamos sendo abarrotados por assuntos que tratam da destruição total da raça humana. Impossível não frustar-se diante da realidade. Só não enxerga quem está completamente cego. Ainda sonho com uma humanidade tratada com respeito. Será que é possível?
ResponderExcluirE a ganância de poder e dinheiro deixa os empresários enxergar a grande merda que eles estão fazendo para com as gerações futuras?
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