Um 'kit' contra a caça de rinocerontes, com câmera, detector de metais, GPS, material de impressão de pegadas e bolsas para provas será distribuído a guardas florestais na África do Sul e no Zimbábue, anunciou esta quarta-feira uma ONG que quer proteger estes animais em risco de extinção.
A ONG Fundação Internacional do Rinoceronte, com sede nos Estados Unidos, lançou o programa "Operação para Deter a Caça Ilegal Agora", uma prática que levou à extinção de várias espécies deste animal.
Rinoceronte negro com o chifre decepado e seu filhote em parque nacional no sudeste de Nairóbi, em maio de 2006 |
Os rinocerontes interessam ao crime organizado porque seus chifres são vendidos para tratamentos medicinais na Ásia, especialmente no Vietnã, onde se acredita que curem o câncer.
A iniciativa, que aponta 11 hábitats de rinocerontes ameaçados na África do Sul e no Zimbábue, visa a reduzir as mortes destes animais ajudando a deter os sofisticados caçadores ilegais, que costumam usar helicópteros, equipamentos de visão noturna e rifles potentes.
Os recursos arrecadados serão destinados a treinar os guardas florestais em técnicas de pesquisas, compilação de inteligência, coleta de evidências e comunicações.
Perseguir a caça ilegal "é um trabalho incrivelmente difícil e perigoso", disse Susie Ellis, diretora-executiva da Fundação Internacional de Rinocerontes, segundo o qual menos de 5% dos caçadores acabam condenados.
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) informou este mês que a caça ilegal de rinocerontes na África do Sul atingiu um novo recorde no ano passado, com 341 animais mortos.
O WWF também confirmou a extinção dos rinocerontes no Vietnã.
Por outro lado, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que compilou a lista vermelha de espécies ameaçadas, informou este mês que uma subespécie de rinoceronte negro nativo da África ocidental foi extinto.
O rinoceronte branco do norte da África central também foi incluído como "possivelmente extinto".
A crescente demanda impulsionou os preços a meio milhão de dólares por chifre, segundo a Convenção do Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas.
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