O fato de dinossauros terrestres colocarem ovos foi o que selou o seu destino, levando-os à extinção em massa milhões de anos atrás, enquanto mamíferos vivíparos floresceram, afirmaram cientistas em um estudo publicado nesta quarta-feira.
Em uma nova explicação para a vitória evolutiva dos mamíferos sobre os dinossauros, cientistas afirmaram que um modelo matemático demonstrou que o tamanho dos filhotes foi determinante.
Em vista das limitações do tamanho do ovo, os dinossauros tinham filhotes comparativamente pequenos. Alguns eclodiam pesando entre 2 e 10 quilos e tinham que crescer até 30 ou 50 toneladas.
Durante o crescimento, os jovens tinham que competir por comida com adultos de outros grupos animais e de tamanhos diferentes, relatou o cientista Marcus Clauss, da Universidade de Zurique.
Isso significou que todas as categorias animais de porte pequeno ou médio sustentadas pelo ambiente estavam "ocupadas", tirando o espaço necessário para as espécies menores de dinossauros se desenvolverem, segundo descobertas publicadas na Biology Letters, periódico da Royal Society, academia de ciências britânica.
Ilustração da Universidade de Toronto mostra os dinossauros em seus ninhos |
"Há muito espaço no ecossistema para espécies pequenas, mas (neste cenário) o espaço é ocupado pelos jovens das espécies grandes", explicou Clauss.
"Este não foi um problema por 150 milhões de anos, mas assim que algo acontece, levando todas as grandes espécies, deixando apenas as pequenas, se não houver espécies pequenas para ocupar este espaço, então todo o grupo desaparece", acrescentou.
O evento catastrófico que varreu todas as formas grandes de vida da Terra 65 milhões de anos atrás representou o fim dos dinossauros terrestres.
Os cientistas têm opiniões divergentes acerca de se os répteis escamosos morreram antes ou depois de um meteorito cair na Terra em um evento que ficou conhecido como impacto Cretáceo-Terciário, que deixou em suspensão bilhões de toneladas de cinzas de vegetação carbonizada e poeira filtrar a luz do sol, causando um "inverno nuclear" que resfriou o planeta e enfraqueceu a vegetação.
Os mamíferos não tiveram as mesmas limitações de tamanho, explicou Clauss, porque seus filhotes não nasceram tão pequenos comparativamente e não precisavam competir por comida com outras espécies, uma vez que eram amamentados por suas mães.
Isto significa que havia espécies menores de mamíferos capazes de lidar com um ambiente pós-catástrofe e evoluir para novas espécies juntamente com as aves, que também são dinossauros.
"A pergunta que assombra algumas pessoas, inclusive a mim, é por que os mamíferos sobreviveram e os dinossauros não? Acho que temos uma resposta muito boa para isto", acrescentou Clauss.
Os cientistas afirmam que o tamanho dos ovos é restrito por limites como a espessura da casca, que precisa permitir que o oxigênio chegue até o embrião.
O titanossauro, um monstro de quatro toneladas conhecido por ser o maior vertebrado que já viveu sobre a Terra, era 2.500 vezes mais pesado do que seus filhotes recém-nascidos. A mãe de um elefante moderno pesa 22 vezes mais do que seu filhote.
Os cientistas afirmam que todos os animais com massa corporal superior a 10 e 25 quilos morreram na extinção maciça.
Ontogenia: Estudo das origens e desenvolvimento de um organismo desde o embrião (ovo fertilizado), dos diferentes estágios até sua plena forma desenvolvida. A ontogenia é estudada em biologia do desenvolvimento. Em termos gerais, ontogenia é definida como a história das mudanças estruturais de uma determinada unidade, que pode ser uma célula, um organismo ou uma sociedade de organismos, sem que haja perda da organização que permite aquela unidade existir (Maturana and Varela, 1987, p.74).
Mais recentemente o termo ontogenia tem sido usado na biologia celular para descrever o desenvolvimento de vários tipos celulares num organismo determinando.
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