O Conselho Consultivo Nacional de Biossegurança dos Estados Unidos recomendou nesta sexta-feira a publicação de dois estudos sobre variantes do vírus da gripe aviária (H5N1) que se propagam entre mamíferos, após ter aconselhado em dezembro que eles não fossem divulgados por medo de que pudessem ser usados para fabricar armas biológicas.
"Os dados descritos não parecem proporcionar informação que permitiria o mau uso das pesquisas e que colocassem em perigo a saúde pública ou a segurança nacional", explicou em comunicado o conselho
A instituição recomendou em dezembro que os estudos, que estavam prontos para serem divulgados pelas revistas "Nature" e "Science", não fossem publicados por temer que as pesquisas fossem utilizadas para fins terroristas.
A proibição da divulgação gerou críticas entre a comunidade científica e as duas revistas, que classificaram a medida como censura.
Os estudos foram realizados nas universidades Erasmus Universiteit Rotterdam, na Holanda, e de Wisconsin, nos EUA. As pesquisas foram realizadas com mutações genéticas do vírus H5N1 que podem se propagar entre mamíferos (e portanto entre humanos).
Um dos objetivos principais dos estudos era obter informação necessária para evitar uma possível pandemia originada por esta variante e criar uma vacina que protegesse das novas cepas.
Normalmente, o vírus H5N1 é transmitido entre aves e o contágio para humanos ocorre raramente, por isso se a doença atingir uma pessoa é considerada altamente letal.
Em fevereiro, especialistas mundiais convocados pela Organização Mundial da Saúde concordaram em adiar a publicação dos estudos. Após revisar as pesquisas nesta semana, os analistas do conselho decidiram por unanimidade liberar a divulgação do estudo da Universidade de Wisconsin, enquanto seis dos 12 membros da instituição aprovaram a publicação da pesquisa feita na Holanda.
A gripe aviária provocada pelo vírus H5N1 é transmitida de animais para humanospelo ar [secreções respiratórias] e pelo contato com fezes e sangue dos animais contaminados. |
Enquanto isto na Guatemala 700 mil pessoas serão vacinadas por surto de gripe A (H1N1)
As autoridades de saúde da Guatemala esperam vacinar cerca de 700 mil pessoas, especialmente menores de cinco anos e idosos, devido a um surto da gripe A (H1N1), que ja causou este ano pelo menos sete mortes, informou o ministro da pasta, Francisco Arredondo.
Arredondo explicou que um primeiro carregamento de 470 mil vacinas, das 700 mil que estão previstas para este ano, já chegou ao país, mas o segundo deve ser recebido em outubro.
O ministro informou que a compra provém do fundo rotativo da Organização Panamericana da Saúde (OPS).
Ele acrescentou que, durante a vacinação, será dado prioridade às crianças menores de cinco anos, a idosos e às pessoas com problemas imunológicos, renais e diabetes.
"A vacinação preventiva é uma demonstração dos esforços que o ministério está realizando para proteger a saúde dos guatemaltecos e que forma parte das ações que estão sendo tomadas especialmente para o setor infantil", disse.
Apesar das medidas adotadas pela saúde pública, o ministro expressou sua preocupação de que os casos aumentem durante a Semana Santa, devido às concentrações massivas em procissões, praias e outros lugares turísticos.
Segundo relatório do Centro Nacional de Epidemiologia, com data de 19 de março, sete pessoas morreram por causa da gripe e suas variantes.
As autoridades também estão em alerta amarelo para todo o sistema hospitalar.
© Henrik Jonsson / iStockphoto Homens e porcos são hospedeiros ideais do vírus H1N1 |
O VÍRUS H1N1 E A GRIPE SUÍNA
O vírus da influenza pertence à família dos ortomixovírus e apresenta três tipos: A, B e C. Os mais comuns são os tipos A e B. O tipo A atinge seres humanos e animais, causando doença moderada a grave em adultos, idosos e crianças de forma epidêmica. O tipo B só causa doença em seres humanos, em especial em crianças, podendo provocar epidemias de pouca gravidade quando comparados ao vírus tipo A. O tipo C não causa epidemias. Geralmente epidemias e pandemias (quando a doença atinge vários países no mundo) estão associadas ao vírus influenza A.
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