Não há ainda
explicação sobre a origem dos milhares de círculos
No
deserto da Namíbia surgem com muita frequência estranhos círculos no solo,
apelidados de “pegadas dos deuses” pelos habitante locais. Uma nova
investigação publicada na “PLoS ONE” demonstra que estes têm um ciclo de vida
que os faz aparecer e desaparecer com regularidade.
A
origem dos círculos continua a ser uma incógnita, mas os cientistas da
Universidade da Florida, liderados pelo biólogo Walter Tschinkel, documentaram os
anéis em termos de tamanho, desenvolvimento e duração de “vida”.
Os
milhares de círculos que aparecem pelo deserto entre Angola e África do Sul
podem ter entre dois e 12 metros de diâmetro. No interior dos anéis não cresce
qualquer vegetação, mas estes círculos são rodeados por uma espécie de coroa de
vegetação alta, maior do que a que está à sua volta e que marca claramente o
perímetro da zona seca.
Em
todo o mundo acontecem fenômenos deste gênero, mas não com tanta frequência nem
tão inexplicáveis. Sabe-se já que muitos desses círculos são provocados por
fungos que afetam o crescimento da vegetação. Mas isso não acontece na Namíbia.
O
que os investigadores descobriram, através da análise de imagens de satélite de
2004 e 2008, é que os anéis seguem uma espécie de “ciclo vital” regular que os
faz aparecer muito rapidamente até atingirem o seu tamanho máximo e desaparecer
sem motivo aparente, voltando a ficar repletos de vegetação.
Algumas
imagens que fazem parte do estudo
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Os
círculos menores têm uma duração média de 24 anos, enquanto os maiores podem
chegar aos 75. O investigador afirma que a origem da sua formação é difícil de
explicar. “Temos sobre a mesa um bom número de hipóteses, mas as provas não são
convincentes para nenhuma delas”.
Tschinkel
interessou-se pela primeira vez pelos anéis em 2005 durante um safari pelo
deserto da Namíbia. Como se trata de uma zona muito remota e de difícil acesso,
poucos investigadores tiveram a oportunidade de estudar o fenômeno a fundo.
No
início, o biólogo pensou que os círculos marcavam os limites de colônias
subterrâneas de termites (cupins), mas durante as escavações que também fizeram
parte do estudo, não se encontraram evidências da sua presença. Outras
hipóteses como a ação de fungos, as diferenças de nutrientes no terreno ou a
emanação de vapores tóxicos desde o subsolo foram também postas de lado.
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