O
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apresentou neste domingo uma nova
iniciativa para proteger os oceanos da poluição, da pesca excessiva e da
elevação do nível das águas que ameaça centenas de milhões de pessoas.
A
iniciativa, batizada de "Oceans Compact", pretende tornar mais eficaz,
dentro da ONU, a coordenação dos esforços para preservar os oceanos que estão
em situação precária, ressaltou Ban Ki-moon.
"Nossos
oceanos se aquecem e estendem", disse em um discurso em Yeosu, na região
sul da Coreia do Sul, ao inaugurar uma conferência que recorda o 30º
aniversário da assinatura da Convenção das Nações Unidas sobre direito
marítimo.
"Corremos
o risco de mudanças irrevogáveis em processos que apenas compreendemos, como as
grandes correntes que afetam a meteorologia. A acidificação dos oceanos destrói
a base da vida nos mares; a elevação das águas ameaça mudar o traçado do mapa
do mundo às custas de centenas de milhões de pessoas entre as mais vulneráveis
do planeta", advertiu.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon - Foto de Elvis Barukcic/AFP |
Uma
comissão de alto nível será constituída para para elaborar um plano de ação.
Será integrada por autoridades políticas, cientistas e oceanógrafos,
representantes do setor privado e da sociedade civil, além de autoridades dos
organismos relevantes da ONU.
Até
2025, todos os países devem fixar objetivos de redução dos vazamentos de
poluentes e pelo menos 10% das zonas costeiras e marinhas devem estar
protegidas.
A
iniciativa também pede o reforço da luta contra a pesca ilegal, a
reconstituição das reservas e a erradicação das espécies invasivas.
A
acidificação dos oceanos é provocada pela absorção de CO2. Isto diminui o PH da
água e acarreta uma combinação de mudanças químicas.
Desde
o início da revolução industrial, o PH médio das águas na superfície dos
oceanos diminuiu aproximadamente 0,1 unidade, passando de 8,2 a 8,1, elevando
assim a acidez.
Projeções
feitas por computadores mostram uma redução do PH em 0,2 a 0,3 unidade
adicional até o fim do século.
O
Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos prevê o aumento do nível das
águas, em consequência do aquecimento global, de entre 8 e 23 cm até 2030, na
comparação com o nível do ano 2000, de entre 18 e 48 cm até 2050, e de entre 50
cm e 1,40 m até 2100.
A
última estimativa está muito acima da projeção do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) no relatório de 2007, que previa uma alta de
entre 18 e 59 cm até o fim do século.
O
objetivo da comunidade internacional é limitar o aquecimento a menos de dois
graus centígrados na comparação com o período pré-industrial, levando em
consideração que a temperatura global aumentou quase um grau.
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