Se
você tem problemas para manter o peso, já deve ter ouvido dos médicos que
dietas radicais, como pular refeições, são péssimos hábitos; você pode até
perder peso, mas não vai conseguir manter a dieta por muito tempo, e quando
abandonar a mesma, vai comer como um condenado e ganhar todo o peso que perdeu
e ainda mais um pouco.
E
o ganho de peso pós-dieta não é o único problema sério: a maioria das dietas
radicais realmente prejudica o organismo, ao limitar ou excluir algum
componente importante da nossa dieta. O resultado é que você fica mais gordo, e
com pior saúde.
Muita
gente pensa que a “ditadura da estética” é um exagero, mas longe de ser apenas
sobre a aparência, pesquisas médicas têm ligado o excesso de peso ao câncer
precoce, ao envelhecimento precoce e à demência também precoce. Dito de outra
forma, se você for magro, tem menos tendência a desenvolver câncer, se conserva
jovial por mais tempo, e evita toda uma gama de doenças causadas pelo excesso
de peso.
Uma
equipe de pesquisadores do Instituto de Longevidade, na Universidade da
Califórnia do Sul (EUA), descobriu que períodos de jejum parcial ou completo
são a chave para controlar os químicos produzidos pelo corpo e que estão
ligados ao desenvolvimento de doenças e ao processo de envelhecimento.
Teoria controversa: A razão porque os
especialistas enfatizaram isso é que eles não querem provocar distúrbios
alimentares ou desmotivar o excesso de peso a tentar entrar na faixa
de peso
saudável.
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Esta
descoberta também se soma a vários estudos recentes em animais que foram
alimentados com dietas de baixíssimas calorias, que apontam que os mais magros
(sem sofrer de baixo peso ou subnutrição) são os mais saudáveis e vivem mais
tempo.
Segundo
o professor Valter Longo, a chave é o hormônio de crescimento semelhante à
insulina Fator 1 (IGF-1). Este hormônio mantém as células constantemente ativas
quando você está em crescimento e consumindo mais energia, mas com a idade
adulta ele acaba causando problemas, como colesterol e pressão altos.
As
pesquisas mostraram que uma das maneiras de baixar os níveis de IGF-1 na idade
adulta é fazer jejum. A ligação entre o hormônio e os problemas de saúde foi
demonstrada de forma dramática com ratos que foram geneticamente preparados
para não responder ao IGF-1. Eles são pequenos, mas extremamente longevos,
chegando a viver 40% mais que os outros. Isto seria como viver até os 160 anos
para nós, humanos.
Além
de magros e longevos, eles também são imunes a doenças cardíacas e ao câncer, e
quando morrem, “eles simplesmente caem mortos”, diz o professor Longo.
O
motivo pelo qual os médicos não promovem este tipo de dieta é por que é fácil
escalá-la para distúrbios alimentares como anorexia (o que certamente não é
bom), ou desmotivar pessoas com sobrepeso que estão tentando entrar para uma
faixa de peso saudável. Mas talvez esta situação mude, por que as evidências
estão se somando. Por exemplo, um estudo feito na Inglaterra com macacos
mostrou que dietas restritivas atrasam o aparecimento do câncer, doença
coronária e o aparecimento da demência.
Pelas
estimativas de alguns cientistas, seguir uma dieta restritiva por alguns meses
ou mesmo anos pode aumentar a longevidade em 15 a 30%.
Jejum
e dietas restritivas
Dietas
de jejum normalmente permitem que você coma o que quiser durante certos
períodos, enquanto em outros você simplesmente não come nada, ou fica restrito
a alimentos de baixa caloria, em pouca quantidade, e água. O repórter
científico da BBC Michael Mosley passou alguns meses experimentando dietas de
jejum, e conta a sua experiência.
A
primeira dieta foi de jejum quase completo: durante 3 dias e meio ele não comeu
nada, apenas um prato de sopa de baixa caloria por dia, e bebeu bastante água e
também chá preto. Apesar do jejum severo, ele não se sentiu fraco, nem faminto,
bem como não teve dores de cabeça, e dormia bem.
No
fim do jejum de 3 dias, ele calculou que deixou de ingerir 7.500 calorias. Como
é preciso cortar 3.500 calorias para perder 450 gramas de gordura, as 7.500
calorias não ingeridas devem representar uma perda de 900 gramas de gordura.
Mas não foi só gordura o que ele perdeu: testes sanguíneos mostraram que seu
nível do hormônio IGF-1 estava significativamente mais baixo que antes do
jejum.
O
problema é que ele não conseguia se visualizar fazendo jejuns de três dias
regularmente. Então, resolveu uma abordagem menos extrema. Em entrevista com a
dra. Krista Varady, da Universidade de Illinois, Chicago, ele conheceu a dieta
do Jejum em Dias Alternados (JDA).
Em
um dia, ele comia o que queria, e no dia seguinte, jejum. Mesmo nos dias de
jejum ele tinha permissão de ingerir 600 calorias.
A
dra. Krista fez um teste recentemente com dois grupos de 16 pessoas, utilizando
a técnica JDA por dez semanas. Um dos grupos estava também em uma dieta de
baixa gordura, comendo carnes magras, frutas e verduras. O outro grupo comia
lasanha e pizza. Os dois grupos perderam peso, mas o surpreendente foi que o
grupo de pessoas que comeu alimentos com bastante gordura perdeu o mesmo peso
que o grupo que fez a dieta de baixa gordura, graças ao jejum.
E
não foi só o peso que baixou, os dois grupos apresentaram quedas similares no
colesterol “mau”, o LDL, e de pressão arterial.
Novamente,
o repórter não conseguiu seguir a dieta, e optou por um jejum de 600 calorias
um ou dois dias por semana. Ele começou a dieta pesando 85,7 kg. Depois de seis
semanas de dieta, ele perdeu 9 kg. Seu colesterol, glicose e IGF-1 abaixaram
também. Agora, ele pretende seguir essa dieta até quando der.
Fonte: DailyMail
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