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terça-feira, 21 de agosto de 2012

SONDA CURIOSITY DISPARA LASER EM MARTE PELA 1ª VEZ

O veículo-robô Curiosity da Nasa, que chegou a Marte no começo do mês, efetuou um disparo de laser pela primeira vez em Marte para investigar uma rocha do tamanho de um punho, um feito que os especialistas consideram promissor, informou a agência espacial americana.
O veículo enviado para explorar o planeta vermelho usou sua ChemCam (uma ferramenta que combina câmera com laboratório químico) sobre um pequeno pedaço de rocha, indicou a agência em um comunicado.
"É muito animador, podemos esperar importantes descobertas científicas com a ChemCam, que analisará milhares de objetivos importantes nos próximos dois anos", disse Sylvestre Maurice, um dos encarregados do projeto ChemCam no Instituto de Pesquisas em Astrofísica e Planetologia (IRAP) em Toulouse, sul da França.
Esta pedra foi a primeira escolhida pela Nasa para ser atingida com o laser do Curiosity, para analisar sua composição química (17/08). Foto: NASA/JPL
"É surpreendente que os dados sejam ainda melhores do que os que tivemos durante os testes na Terra", disse o cientista francês, que projetou a ChemCam com o Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES).
A ChemCam é uma das ferramentas mais importantes do Curiosity e uma das mais visíveis, já que está no alto de um mastro fixado na parte dianteira do robô, o que lhe dá a aparência de um ciclope.
Esta revolucionária ferramenta de exploração planetária, composta de um laser, um telescópio e uma câmera, pode fazer uma primeira análise das rochas e do solo em um raio de nove metros ao redor do Curiosity.
A ChemCam emitiu 30 impulsos de laser por 10 segundos na rocha denominada "Coronation" (coroação).
A energia do laser transforma os átomos na rocha em plasma ionizado e brilhante. A ChemCam captura a luz com um telescópio e o analisa com três espectrômetros para obter informações sobre os elementos que formam a rocha.
"Recebemos muitos sinais da Coronation", disse o líder da pesquisa da ChemCam, Roger Wiens, do laboratório americano em Los Álamos, Novo México (sudoeste), emocionado por ver os resultados depois de oito anos de desenvolvimento do equipamento.
A ChemCam foi desenvolvida, construída e testada pelo Laboratório Nacional Los Álamos, em colaboração com cientistas e engenheiros financiados pela agência espacial francesa.
O Curiosity, uma missão de US$ 2,5 bilhões, pousou com sucesso em 6 de agosto em Marte, com o objetivo de descobrir se o ambiente marciano poderia ser propício à vida.
O robô está atualmente na Cratera Gale, a 12 km das ladeiras do Monte Sharp, uma montanha com 5.000 metros de altura.
Composição retrata o primeiro teste do laser pelo instrumento ChemCam, a bordo do Curiosity (19/08). Foto: Nasa
Nova missão à Marte
A Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou nesta segunda-feira uma próxima missão a Marte, que prevê enviar em 2016, com o objetivo de investigar o interior do chamado "Planeta Vermelho" para entender porque evoluiu de maneira tão diferente à Terra, se ambos são planetas rochosos.
A missão, denominada "InSight", que no acrônimo em inglês significa "olhar para dentro", viajará equipada com instrumentos para investigar se o núcleo de Marte é sólido ou líquido e por que a crosta não está dividida em placas tectônicas como nosso planeta.
Ter um conhecimento mais detalhado do interior de Marte para poder compará-lo à Terra ajudará os cientistas a entender melhor como se formaram os planetas terrestres e por que evoluíram de maneira tão diferente, assegurou a agência espacial americana.
"A prospecção de Marte se tornou uma prioridade máxima para a Nasa e a seleção da InSight nos assegura que continuaremos desvelando os mistérios do planeta vermelho e sentaremos as bases para uma missão humana", disse em comunicado o diretor da Nasa, Charles Bolden.
Bolden assinalou que o recente sucesso da aterrissagem em Marte do robô explorador Curiosity "estimulou o interesse do público na prospecção espacial e o anúncio de hoje deixa claro que haverá mais missões apaixonantes" a esse planeta.
A missão, prevista para partir em setembro de 2016, será liderada por Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, em Pasadena (Califórnia, EUA), e a equipe do cientista incluirá investigadores de todo o mundo.
O Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) e o Centro Aeroespacial Alemão contribuirão na criação de alguns dos instrumentos que a Insight levará.
A InSight será construída segundo a tecnologia espacial utilizada na missão Phoenix, o veículo estacionário lançado em 2007 que concluiu que houve água na superfície perto das regiões polares do planeta.
A Nasa calcula que a missão, excluindo o sistema de lançamento e os serviços de manutenção, terá custo de US$ 425 milhões e terá duração de dois anos.
O JPL fornecerá um instrumento para determinar o eixo de rotação do planeta, um braço robótico e duas câmeras.
O CNES está à frente de um consórcio internacional que construirá um instrumento para medir as ondas sísmicas do interior do planeta e o Centro Aeroespacial Alemão construirá uma sonda subterrânea para medir o fluxo de calor emitido do interior.
EFE

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