A
epidemia do vírus ebola que afeta o nordeste da República Democrática do Congo
provocou 33 mortes desde 15 de setembro, e o número de casos registrados
aumentou levemente, segundo um balanço provisório do ministério da Saúde.
Até
25 de setembro foram registrados 79 casos (19 confirmados, 32 prováveis e 28
suspeitos) e 33 mortes.
Segundo
os exames de laboratório, sete mortes estão diretamente vinculadas ao vírus
ebola. A taxa de mortalidade é de quase 42%, informou a Organização Mundial da
Saúde (OMS) em Kinshasa.
A
doença é transmitida por contato direto com o sangue, com as secreções corporais,
por via sexual e pela manipulação sem precaução de cadáveres contaminados
através de uma prática ancestral africana, de lavar os corpos antes do funeral,
de acordo com autoridades sanitárias e de saúde pública. Embora esta seja a
nona epidemia de Ebola no Congo, é a primeira a atingir o território de
Haut-Uélé, no nordeste do país. O Ebola não tem cura e é mortal entre 40% e 90%
dos casos. A doença provoca um expressivo sangramento interno.
Inicialmente
restrita a Isiro, uma cidade ao norte de Haut-Uélé, a epidemia de Ebola agora
já chegou a Viadana, uma cidade localizada a 75 quilômetros da origem da
doença. De acordo com a equipe médica local, o vírus foi transmitido para uma
mulher de Viadana que foi a um funeral de uma vítima de Isiro. Ela, então,
voltou para Viadana onde contaminou várias pessoas e morreu.
Enfermeira
(E) e médico cuidam de paciente diagnosticado com o vírus Ebola
|
Com
este fato, um novo centro de quarentena foi criado em Viadana para isolar as
pessoas que possam estar contaminadas, de acordo com o Dr. Jacques Gumbaluka, o
chefe medico do distrito. Três pessoas já morreram em Viadana.
A
lavagem e a exibição de corpos durante os funerais, uma tradição local, têm a
função de mostrar amor e respeito pelos mortos. Mas a prática facilita a
propagação da epidemia à medida que dezenas de pessoas entram em contato com as
vítimas do vírus mortal.
Segundo
Faida Kanyombe, responsável pela organização Médicos sem Fronteiras na província
atingida, os casos de Ebola que foram identificados estão ligados a certas
práticas como automedicação e a lavagem de corpos. "As pessoas querem
tocar e ver o corpo, uma tradição africana", disse ele.
Cerca
de 170 pessoas estão sendo monitoradas depois que entraram em contato com
pacientes infectados e 28 casos já foram identificados, dos quais 8 foram
confirmados. Campanhas educativas lideradas pelos Médicos sem Fronteiras, a
Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde do Congo estão sendo realizadas
na região para alertar as pessoas dos riscos ligados a esta prática. Equipes
médicas locais dizem que as pessoas estão respondendo bem às campanhas embora a
epidemia ainda não esteja totalmente sob controle. As informações são da
Associated Press.
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