Grande
problema pela frente, se a doença de Alzheimer for comprovada ser uma forma de
diabetes
O
cérebro humano evoluiu para procurar alimentos ricos em gordura e açúcar. Mas
uma preferência que começou como um mecanismo de sobrevivência que, em nossa
época de abundância, tornam-se uma compulsão autodestrutiva.
Por
trabalhar incessantemente mesmo durante o sono, quando está “descansando”,
nosso cérebro demanda uma boa quantidade de energia para funcionar. Ao longo de
centenas de milhares de anos, dietas ricas em açúcar e gordura foram
necessárias para a evolução – hoje, porém, cada vez mais pessoas “passam do
ponto”.
É
bem sabido que a má alimentação pode causar obesidade e diabetes, e há
evidências de que podem desencadear mal de Alzheimer também – doença que alguns
estudos sugerem que seja um tipo de diabetes. Recentemente, a neuropatologista
Suzanne de la Monte, da Universidade de Brown (EUA), investigou como a falta de
insulina pode prejudicar o cérebro.
O
hormônio é conhecido por controlar os níveis de açúcar na corrente sanguínea, e
baixa sensibilidade a ele por parte de determinadas células (do fígado, de
gordura e dos músculos) está ligada a diabetes tipo 2. Em seu estudo, de la
Monte interrompeu o fluxo de insulina para o cérebro das cobaias (ratos, no
caso). Resultado: as áreas de memória foram seriamente prejudicadas, cobertas
por placas, e muitos neurônios se desgastaram e perderam suas conexões –
sintomas típicos da doença de Alzheimer.
Os diabéticos estão proibidos de comerem açúcar, doces
e de ingerirem bebidas alcoólicas.
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Talvez
ainda seja cedo para dizer se existe uma “diabetes tipo 3″ (como alguns
pesquisadores têm sugerido), mas não há dúvida de que a lista de problemas
causados por uma alimentação ruim não para de crescer – e, ainda assim, o
comércio de alimentos altamente gordurosos ou ricos em açúcar continua firme e
forte.
Em
artigo não assinado, a equipe editorial da revista New Scientist questiona
possíveis ações para reverter essa onda de má alimentação: processar empresas
que vendem alimentos perigosos, aumentar os impostos sobre esses produtos (como
é feito na Dinamarca, por exemplo), fazer campanhas de conscientização, ou usar
substâncias químicas para bloquear esse desejo exagerado que tantos nutrem por
fast food.
Cada
proposta levanta questionamentos (impedir que consumidores comprem um produto
que, em excesso, pode fazer mal a eles, não seria contra a liberdade
individual?). Assim, a situação não é simples como pode parecer à primeira
vista. “Mas o cérebro humano também evoluiu para encontrar soluções engenhosas
para problemas intratáveis”, escreve a equipe. “Ele ainda pode vir para seu
próprio resgate”.
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