Aparelho da Samsung recém-lançado com
problemas de superaquecimento
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Os
problemas da Samsung com seu mais novo smartphone continuam e os riscos para a
reputação da marca nunca foram tão significativos.
A gigante
de tecnologia pediu a seus consumidores nesta segunda-feira que desliguem e
deixem de utilizar o Galaxy Note 7, após uma série de casos de incêndios e
explosões do aparelho causados por superaquecimento da bateria.
A imagem
negativa sobre a qualidade da fabricante atingiu outro patamar quando, por
exemplo, passageiros passaram a ser alertados por comandantes para desligarem
seus telefones da Samsung dentro dos aviões. Em cinco de outubro, um voo da
companhia Southwest Airlines foi evacuado nos EUA depois que um aparelho da
marca sul-coreana começou a soltar fumaça.
Passageiros têm sido alertados a desligar seus aparelhos Samsung dentro dos aviões |
Por isso,
é seguro afirmar que enquanto você lê este artigo, faculdades de marketing e
administração já se preparam para usar o episódio do Note 7 como um estudo de
caso sobre gerenciamento de crise.
Mas no
início do mês passado a história era outra. Quando surgiram os primeiros
relatos sobre os problemas do Note 7, a Samsung chegou a ser elogiada por ter
reagido rapidamente.
Um recall
global foi anunciado em 2 de setembro para os 2,5 milhões de aparelhos
comercializados, custando uma verdadeira fortuna para a gigante de tecnologia.
Em contrapartida, a imagem transmitida para o mercado foi a de que a segurança
dos consumidores estava à frente dos prejuízos financeiros.
Isso
mudou nos últimos dias depois que consumidores dos Estados Unidos que já tinham
trocado seus aparelhos também relataram incidentes de superaquecimento.
“Sensação
estranha de algo queimando”
Abby
Zuis, de 13 anos, deixou de usar seu Note 7 por recomendação da mãe. Ela pensou
que o problema estava resolvido depois de trocar o smartphone.
De
repente, Abby percebeu o telefone derretendo em sua mão. "Senti uma
sensação estranha de algo queimando no meu polegar. Levantei o dedo, vi a
fumaça saindo e joguei ele no chão", relata.
A Samsung
declarou em setembro ter identificado a origem do problema em um lote
específico de baterias fornecidas por uma outra companhia. No entanto, até
mesmo os aparelhos substitutos têm apresentado o defeito, o que deixou a
empresa sem explicação para o que está acontecendo.
No Reino
Unido, poucos consumidores chegaram a adquirir o Note 7. A venda do telefone
top de linha só começou no mesmo dia em que o recall mundial foi anunciado.
Ainda assim, Michael Rock, de Wakefield (norte da Inglaterra), recebeu seu
telefone novo no final de agosto graças a uma pré-compra.
Depois do
entusiasmo inicial com o telefone de última geração vieram as dores de cabeça.
Recall mundial do Note 7 afetou 2,5
milhões de aparelhos
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Michael
não teve vida fácil para devolver o aparelho para a Samsung. O correio
britânico se recusou a aceitar a encomenda alegando que ela era perigosa.
Agora com
os relatos de problemas inclusive nos telefones substitutos ele já não sabe
mais se é seguro manter o produto. "Tenho dois filhos e estou preocupado
em carregá-lo durante a noite em casa."
Os danos
de reputação não estão limitados a apenas um modelo da Samsung.
A linha
de celulares Galaxy voltou a registrar aumento de vendas no ano passado e hoje
estão entre os aparelhos mais rentáveis produzidos pela sul-coreana.
Entretanto, agora a empresa enfrenta um novo concorrente no mercado de
aparelhos Android top de linha com o lançamento dos smartphones Google Pixel na
semana passada.
Google Pixel concorrente do Samsung Note 7 |
Carregamento
rápido
A Samsung
não é a única empresa a enfrentar problemas com baterias.
Will
Stewart, do Instituto de Engenharia e Tecnologia, no Reino Unido, afirma que as
baterias de lítio podem apresentar superaquecimento porque armazenam muita
energia por unidade de peso.
"Isso
é ótimo porque ajuda os telefones e outros aparelhos a serem mais leves. Mas os
equipamentos modernos usam muita energia e todos gostamos de recarregá-los o
mais rápido possível. Então, se alguma coisa dá errado neste processo, a
energia que vaza de uma vez só acaba sendo muito alta e, por isso, os incêndios
acontecem", explica.
Stewart
ressalta que, normalmente, esse tipo de problema só afeta uma pequena quantidade
de telefones.
O
problema é que um único aparelho que pega fogo rende imagens impressionantes e,
consequentemente, uma onda de preocupação entre os consumidores.
A saída
para a Samsung pode ser simplesmente aposentar seu telefone recém-lançado,
antes que ele queime ainda mais a imagem da empresa.
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