O máximo que um humano pode viver é por 115 anos, mais ou menos. |
A expectativa de vida da população vem aumentando desde o século 19,
graças a vacinas, melhores condições de parto e medicamentos para doenças como
câncer e problemas cardíacos.
Mas será
que um dia esse crescimento vai bater no teto? Será que um dia o ser humano vai
chegar no limite de longevidade que o corpo suporta?
Um estudo
publicado na revista especializada Nature diz que sim e vai além: afirma que o
máximo que um humano pode viver é por 115 anos, mais ou menos.
Os
pesquisadores, do Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, analisaram
décadas de dados sobre longevidade humana.
Segundo
eles, raríssimas pessoas podem viver mais do que 125 anos. Tão raro que você
teria de vasculhar 10 mil planetas Terra para encontrar apenas uma dessas
pessoas.
A
repercussão do estudo, no entanto, foi bastante diversa. Enquanto alguns
cientistas teceram elogios, outros afirmaram que ele é uma grande farsa.
Supercentenários
Os
pesquisadores usaram informações de um banco de dados chamado Human Mortality
Database e incluíram o número de mortes dos chamados supercentenários - pessoas
com mais de 110 anos - nos Estados Unidos, na França, no Japão e no Reino
Unido.
A análise
mostrou que o aumento da expectativa de vida está desacelerando entre os
centenários e que a idade máxima para a morte vem se estabilizando nas últimas
duas décadas.
"Em
pessoas com mais de 105 anos, estamos avançando pouco, o que nos diz que é
provável que estejamos chegando ao limite da vida humana", disse o
professor Jan Vijg, um dos coautores do estudo.
"Conseguimos
ver isso pela primeira vez na história. E parece que a expectativa máxima de
vida é por volta dos 115 anos. É praticamente impossível ir além disso."
Jeanne Calment morreu em 1997, aos 122 anos de
idade
|
A mais idosa
Mas
Jeanne Calment passou desse limite. A pessoa mais velha do mundo tinha ao menos
122 anos quando morreu, em 1997.
Francesa,
ela nasceu antes de a Torre Eiffel ser construída e encontrou o pintor Vincent
van Gogh.
Desde sua
morte, ninguém chegou perto de sua longevidade.
A
professor Linda Partridge, que é diretora da Instituto de Envelhecimento
Saudável da University College, de Londres, disse à BBC que um limite para vida
é algo que "por lógica, deve mesmo existir."
Mas
ponderou: "apesar de o fato desse estudo bem interessante descrever o que
está acontecendo agora, ele não descreve o que acontecerá mais para
frente".
Muitos
dos centenários analisados na pesquisa, disse, foram afetados por má nutrição e
infecções na infância, durante o fim do século 19.
"Era
certamente um cenário diferente do que um estudo sobre a geração atual, que
também poderia ser negativo já que muitas crianças cresceram com obesidade e
isso pode reduzir bastante a expectativa de vida", afirmou a professora.
Centenários de hoje diferem dos do futuro,
avalia professora
|
Mas o
para o professor James Vaupel, diretor do Instituto de Pesquisa Demográfica Max
Planck, o estudo americano vai além do aceitável e não passa de uma
"farsa".
Segundo
ele, cientistas já fizeram a mesma afirmação no passado, dizendo que o limite
de idade era de 65, 85 e 105 anos, apenas para serem desmentidos depois de
algum tempo.
"Esse
estudo não acrescenta em nada ao conhecimento científico sobre o quanto tempo
nós vamos viver."
Impedir o
envelhecimento?
Os
autores da pesquisa acreditam, porém, que qualquer medida para impedir ou
retardar o envelhecimento precisa ir além de tratar doenças e que lide com o
envelhecimento dentro de cada célula do corpo.
"Para
se chegar ao limite de 120, 125 ou, quem sabe, 130 anos, precisamos fazer algo
muito fundamental. Precisamos mudar toda a maquiagem genética da espécie
humana. E seria preciso desenvolver centenas de milhares de novos
medicamentos", disse o professor Jan Vijg.
"O
processo de envelhecimento é tão complicado que não será possível mudar
substancialmente o limite da vida humana."
Nenhum comentário:
Postar um comentário