Depois de as Nações Unidas terem assinalado, na semana passada, o Dia Mundial da Alimentação, representantes internacionais reuniram-se na Coreia do Sul para discutir formas de travar a desertificação e a consequente perda de solo produtivo. Os satélites têm monitorizado e avaliado as terras secas.
A desertificação é a degradação do solo nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. É causada principalmente pelas atividades humanas e pelas variações climáticas já que os ecossistemas das terras secas são extremamente vulneráveis à sobre-exploração, ao uso inapropriado da terra e às secas.
O fenômeno já afeta de forma muito negativa o modo de vida dos agricultores de todo o mundo, causando instabilidade nas culturas em muitas áreas. Os satélites identificam tendências de degradação, mesmo na Europa e os resultados foram apresentados durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, em Changwon, na Coreia. Durante a iniciativa discutiram-se estratégias de contenção da perda de terreno produtivo – o que tem aumentado nos últimos anos.
A Agência Espacial Europeia (ESA) organizou um evento paralelo sobre a monitorização e avaliação da degradação do solo, com recurso e dados de satélite. A detecção remota, a partir do espaço, é uma ferramenta eficaz e compensatória, do ponto de vista econômico, de monitorizar regularmente o efeito dos programas de combate à desertificação em grandes áreas ou em locais de difícil acesso.
No projeto DesertWatch, promovido pela ESA, está a ser desenvolvido um sistema de informação baseado em tecnologias de observação da Terra para apoiar as autoridades locais e nacionais a construir, de forma simples, os relatórios sobre a evolução da degradação.
Nas conclusões apresentadas, o trabalho em curso indicou que quase metade do solo moçambicano está degradado e que 19 por cento continua a degradar-se. Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, com 30 por cento das famílias a enfrentarem a carestia de alimentos.
Nas conclusões apresentadas, o trabalho em curso indicou que quase metade do solo moçambicano está degradado e que 19 por cento continua a degradar-se. Moçambique é um dos países mais pobres do mundo, com 30 por cento das famílias a enfrentarem a carestia de alimentos.
Metade do solo moçambicano está degradado. |
Desertificação em Portugal
No entanto, também foi detectada desertificação em Portugal em 33 por cento do solo. A região do Alentejo, muito importante para o cultivo dos cereais, continua a sofrer um processo de deterioração.
No Brasil
No Nordeste brasileiro, a agricultura muito intensa, associada a uma seca severa, reduziram a qualidade da vegetação em algumas áreas. Estas áreas ficam assim mais sujeitas à desertificação – ou já estão sofrendo todos estes processos.Apesar de estarem disponíveis diversas técnicas, são necessários métodos mais desenvolvidos e uma maior integração para que se cumpram os requisitos de monitorização da desertificação, degradação do solo e processos de seca expostos pela Convenção de Combate à Desertificação.
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