Um novo estudo pode ter descoberto como a maconha afeta o nosso cérebro. É sabido que a droga prejudica a nossa memória e cognição, e, agora, uma pesquisa com ratos indica que isso é porque a maconha faz o cérebro ficar fora de sincronia. O resultado disso assemelha-se aos efeitos da esquizofrenia.
Os pesquisadores neurocientistas mediram a atividade elétrica das células nervosas de ratos que receberam uma droga que imita o efeito do ingrediente psicoativo da maconha, chamado de tetrahidrocanabinol (THC).
A droga em si tem apenas efeitos sutis sobre as regiões cerebrais individuais, no entanto, ela interrompe a atividade coordenada entre as regiões do cérebro.
Especificamente, os pesquisadores descobriram que a droga interrompeu as flutuações coordenadas da atividade elétrica – chamadas de ondas cerebrais – em todo o hipocampo e o córtex pré-frontal. O resultado parecia com dois instrumentos dentro de uma orquestra tocando fora de sincronia.
A falta de sincronização entre o hipocampo e o córtex pré-frontal – áreas do cérebro associadas à memória e à tomada de decisões – também está associada com a esquizofrenia.
Sendo um grupo de distúrbios cerebrais graves, a esquizofrenia leva as pessoas a interpretar a realidade de forma anormal. Seus sintomas podem incluir uma combinação de alucinações, ilusões e pensamento e comportamento desordenados.
O abuso de maconha é comum entre pessoas que sofrem de esquizofrenia |
Como resultado da interrupção de sua atividade cerebral, os ratos do estudo se tornaram incapazes de tomar decisões precisas enquanto navegavam em torno de um labirinto.
O abuso de maconha é comum entre pessoas que sofrem de esquizofrenia. De fato, outros trabalhos recentes mostraram que o ingrediente psicoativo da maconha pode induzir alguns sintomas de esquizofrenia em voluntários saudáveis.
“Essas descobertas são importantes para nossa compreensão das doenças psiquiátricas, que podem surgir como consequência de cérebros ‘desorquestrados’ e que poderiam ser tratadas através do reajuste da atividade do cérebro”, disse o pesquisador Matt Jones.
“Os resultados são um importante passo adiante em nossa compreensão de como a atividade rítmica no cérebro constitui a base de processos de pensamento na saúde e na doença”, disse o outro autor do estudo, Michal Kucewicz.
Fonte: LiveScience
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