O diretor da usina nuclear de Fukushima, Masao Yoshida, deixou o cargo por motivos de saúde, anunciou nesta segunda-feira a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que não divulgou a doença do executivo (?).
"Sou obrigado a deixar a equipe de gerenciamento de crise num momento importante a pedido dos médicos", lamentou Yoshida, de 56 anos, num comunicado enviado aos funcionários envolvidos na luta contra a maior catástrofe nuclear desde a explosão do reator de Chernobyl, em 1986.
O ex-diretor, que está internado, manterá um cargo na empresa, mas não chefiará mais o complexo nuclear destruído pelo terremoto e pelo tsunami que atingiram o país há oito meses.
Ele será substituído oficialmente a partir do dia 1º de dezembro por Takeshi Takahashi, 54 anos, que ocupava um cargo de gestão das instalações nucleares.
Masao Yoshida em foto de 12 de novembro |
Masao Yoshida esteve presente nos piores momentos da catástrofe e trabalhou no local em condições extremas.
Durante uma entrevista concedida no dia 12 de novembro aos primeiros jornalistas autorizados a entrar na usina desde o terremoto do dia 11 de março, o executivo recusou-se a comentar o nível de radiação ao qual foi exposto.
No entanto, ele confessou que pensou diversas vezes que fosse morrer durante a primeira semana após o incidente.
"Tive medo de perder o controle total das instalações, o que seria o fim de tudo", relatou ao lembrar a visão dos operários feridos após a explosão do reator nº1 e as dificuldades de injetar água no nº2 por causa da fusão do combustível.
A Tepco reconheceu que diversas pessoas que trabalham na usina foram expostas a um nível de radiação superior ao autorizado.
De acordo com a empresa, nenhuma morte foi causada diretamente por estas radiações.
Porém, três operários morreram por outros motivos, assim como outros dois funcionários da empresa.
Cerca de 19.500 pessoas morreram por causa do terremoto seguido de tsunami e a região foi totalmente devastada.
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