Paleontólogos argentinos acharam pela primeira vez crânios do mamífero mais antigo que já viveu na América do Sul.
Os ossos têm 100 milhões de anos e são dos mamíferos da Ordem Dryolestida. Os crânios fossilizados foram encontrados em 2006 no norte da Patagônia, na província argentina de Rio Negro, mas foram necessários vários anos para eles serem extraídos e analisados em laboratório.
A importância da descoberta é grande pois esses são os primeiros crânios encontrados desse tipo de animal e datam do fim do período cretáceo. O achado preenche uma lacuna de 60 milhões de anos no registro fóssil dos mamíferos do continente, afirmaram os pesquisadores num estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature.
Ilustração do mamífero mais antigo da América do Sul |
"Sabíamos que era importante por causa da idade das rochas e porque achamos crânios", disse o paleontólogo argentino Guillermo Rougier, da Universidade americana de Louisville, que explicou que tudo o que se sabia até agora desses mamíferos era pelo estudo de dentes ou fragmentos de ossos.
Batizado "Cronopio dentiacutus", era do tamanho de um musaranho, media entre 10 e 15 centímetros de comprimento e se alimentava de insetos. A espécie viveu na mesma época dos dinossauros, há mais de 100 milhões de anos, e seu habitat natural eram planícies pluviais.
Os crânios revelam que o mamífero tinha longos dentes caninos, focinho estreito e uma cabeça curta e arredondada.
Segundo Rich Cifelli, professor de zoologia na universidade americana do Alabama, o descobrimento destes fósseis representa para a paleontologia o que foi a pedra Rosetta (que permitiu decifrar os hieróglifos) para a egiptologia.
"Os novos fósseis são uma espécie de Pedra Rosetta para compreender a genealogia dos primeiros mamíferos sul-americanos e onde eles se situam em relação ao o que conhecemos do norte do continente", disse Cifelli.
EFE
Nenhum comentário:
Postar um comentário