A volta do maior lixo televisivo |
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil, produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima primeira edição, assim como todas as outras do BBB, é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado a nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 12 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir este programa ao lado dos filhos.
Marmeladas
A primeira é a seleção dos participantes. Já virou folclore o fato de serem verdadeiros incautos aqueles que enviam os seus vídeos todo ano para a produção do programa. Na prática, somente vai abastecer o estoque de "vídeos ridículos" exibidos por um dos canais a cabo da emissora a cada temporada de exibição.
Basta começar o programa e logo se vê que fulano era amigo de artista, que beltrano já havia trabalhado no meio artístico, que três ou quatro eram indicados por "olheiros" da produção, mais três ou quatro entraram direto na fase final de seleção... Ou seja, quem enviou o vídeo caiu em uma esparrela.
Outro ponto é que o perfil dos participantes é basicamente o mesmo. Sarados, gostosas e praticamente lobotomizados. Normalmente é um festival de asneiras e exibição gratuita de corpos. Em algumas edições houve a indicação de participantes com perfis mais próximos do encontrado em nossa população, mas em média ou saíam na primeira eliminação ou ganhavam o prêmio.
Aí temos outro problema. Não afirmo que há manipulação de resultado, mas no mínimo a edição é "direcionada" para um ou outro candidato. Exatamente por este motivo que pessoas oriundas das camadas sociais mais humildes deixaram de participar do programa, porque o público tendia a privilegiar aqueles que precisariam mais do prêmio.
Entretanto, temos um sofisma, porque sob a alegação de que o público "gosta de coitadinhos" reduz-se a gama de participantes e, com esta limitação, a direção fica livre para direcionar as escolhas para este ou aquele "ungido".
Esperança
Mais uma excrescência é a esperança que todos os participantes tem de se tornarem "artistas" - mesmo que isto signifique a presença em "books" de hotéis de luxo. Após o programa, aqueles não conseguem virar "celebridades" acabam vagando, como almas penadas, por programas fúteis de outras emissoras - até voltarem, como espectros plasmáticos, à anonimato.
Atores
Na prática, todos representam. Uns por quererem entrar para o meio artístico, outros atrás do dinheiro do prêmio.
Assassinato da Língua Portuguesa
Como resultado da preferência por corpos sarados e neurônios escassos, o nível do programa é de doer. A língua portuguesa é vilipendiada sem perdão nem piedade; muitas vezes, há o incentivo a comportamentos não muito adequados a serem exibidos em horário nobre. Querendo ou não, a televisão tem uma força fundamental - e, normalmente, nociva - na formação do cidadão.
Grande audiência
Obviamente, o leitor deve estar se perguntando o porquê do sucesso do programa, apesar de tantos defeitos.
Penso que se deve a uma série de fatores. Primeiro pelo fato de explorar algo que é inerente ao ser humano, que é a curiosidade e, por que não, o voyuerismo. Segundo porque o padrão de beleza adotado pelos organizadores é um espelho tomado pelo homem comum como ideal: normalmente são belas moças e homens de aparência máscula - mesmo que seja só aparência.
O terceiro fator é a dinâmica do programa, sempre com várias etapas e alternativas. E, por último, a força da emissora, que massifica em sua programação o programa.
Pinto no lixo
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 12 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir este programa ao lado dos filhos.
Marmeladas
A primeira é a seleção dos participantes. Já virou folclore o fato de serem verdadeiros incautos aqueles que enviam os seus vídeos todo ano para a produção do programa. Na prática, somente vai abastecer o estoque de "vídeos ridículos" exibidos por um dos canais a cabo da emissora a cada temporada de exibição.
Basta começar o programa e logo se vê que fulano era amigo de artista, que beltrano já havia trabalhado no meio artístico, que três ou quatro eram indicados por "olheiros" da produção, mais três ou quatro entraram direto na fase final de seleção... Ou seja, quem enviou o vídeo caiu em uma esparrela.
Outro ponto é que o perfil dos participantes é basicamente o mesmo. Sarados, gostosas e praticamente lobotomizados. Normalmente é um festival de asneiras e exibição gratuita de corpos. Em algumas edições houve a indicação de participantes com perfis mais próximos do encontrado em nossa população, mas em média ou saíam na primeira eliminação ou ganhavam o prêmio.
Aí temos outro problema. Não afirmo que há manipulação de resultado, mas no mínimo a edição é "direcionada" para um ou outro candidato. Exatamente por este motivo que pessoas oriundas das camadas sociais mais humildes deixaram de participar do programa, porque o público tendia a privilegiar aqueles que precisariam mais do prêmio.
Entretanto, temos um sofisma, porque sob a alegação de que o público "gosta de coitadinhos" reduz-se a gama de participantes e, com esta limitação, a direção fica livre para direcionar as escolhas para este ou aquele "ungido".
Esperança
Mais uma excrescência é a esperança que todos os participantes tem de se tornarem "artistas" - mesmo que isto signifique a presença em "books" de hotéis de luxo. Após o programa, aqueles não conseguem virar "celebridades" acabam vagando, como almas penadas, por programas fúteis de outras emissoras - até voltarem, como espectros plasmáticos, à anonimato.
Atores
Na prática, todos representam. Uns por quererem entrar para o meio artístico, outros atrás do dinheiro do prêmio.
Assassinato da Língua Portuguesa
Como resultado da preferência por corpos sarados e neurônios escassos, o nível do programa é de doer. A língua portuguesa é vilipendiada sem perdão nem piedade; muitas vezes, há o incentivo a comportamentos não muito adequados a serem exibidos em horário nobre. Querendo ou não, a televisão tem uma força fundamental - e, normalmente, nociva - na formação do cidadão.
Grande audiência
Obviamente, o leitor deve estar se perguntando o porquê do sucesso do programa, apesar de tantos defeitos.
Penso que se deve a uma série de fatores. Primeiro pelo fato de explorar algo que é inerente ao ser humano, que é a curiosidade e, por que não, o voyuerismo. Segundo porque o padrão de beleza adotado pelos organizadores é um espelho tomado pelo homem comum como ideal: normalmente são belas moças e homens de aparência máscula - mesmo que seja só aparência.
O terceiro fator é a dinâmica do programa, sempre com várias etapas e alternativas. E, por último, a força da emissora, que massifica em sua programação o programa.
Pinto no lixo
Na edição do BBB 10, o dublê de jornalista, filósofo de banheiro e animador de auditório Pedro Bial acabou proferindo uma metáfora bem apropriada para o famigerado Big Brother Brasil. Segundo o “Grande Irmão”, os telespectadores ficaram felizes que nem "pinto no lixo" com o sucesso do programa. Definição perfeita, sobretudo pela segunda parte da comparação.
O BBB realmente não passa disso: lixo para os “pintos” e ouro para os gaviões, que faturam os tubos com os milhões de ligações telefônicas a cada paredão.
Que triste. E ainda alguns o chamam de poeta.
O BBB realmente não passa disso: lixo para os “pintos” e ouro para os gaviões, que faturam os tubos com os milhões de ligações telefônicas a cada paredão.
Que triste. E ainda alguns o chamam de poeta.
Heróis
Durante o intervalo de uma programação da Globo, o repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
Heróis são os que lutam contra as secas e as enchentes que assolam o nosso país, neste momento, ceifando vidas e deixando milhares sem residências.
Durante o intervalo de uma programação da Globo, o repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna.
Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
Heróis são os que lutam contra as secas e as enchentes que assolam o nosso país, neste momento, ceifando vidas e deixando milhares sem residências.
Pois é!!! Eu já tinha lido esta matéria e agora chegou a hora de poder comentar um pouco sobre minha indignação. Este programa é uma depravação levada ao extremo e mostra que as pessoas perderam a vergonha na cara. Gosto não se discute, mas o mal gosto e os péssimos exemplos estão em destaques em toda camada da sociedade e o desconfiômetro já era mesmo. Se isto é evolução e alimento afrodisíaco, eu continuo conservadora e não aceito o modernismo surubão, onde pessoas submetem-se a serem objetos para deleite do prazer louco da sexualidade ao vivo e a cores para qualquer ser humano assistir. A que ponto chegam por dinheiro!!! A nossa sociedade é muito hipócrita mesmo. Estudar pra quê? Quanta ironia!
ResponderExcluirIsto é a degradação do ser humano, principalmente da mulheres que se deixam levar por esta onda "Global" de exposição de luxúria e falta de decoro, para se ter alguns minutos de fama. Uma grande porcaria este programa, mais como o papel da Globo e ganhar dinheiro, os bobos dos brasileiros ainda ligam e pagam por esta porcaria. Viva o despudor!!!!
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