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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS



A acidificação dos oceanos é conhecida como a irmã gêmea das mudanças climáticas, pois o fenômeno decorre da absorção de CO2 pelos oceanos e a consequente mudança do pH das águas marinhas. Mas ao contrário da mudança do clima, que é monitorada razoavelmente bem com a medição de temperaturas em diversos pontos da superfície terrestre, no caso dos oceanos faltam registros acurados sobre o pH das águas.
Realizar testes de acidez das águas oceânicas com a tecnologia atual é difícil e caro e, com cortes drásticos nas verbas públicas dedicadas à pesquisa em países desenvolvidos – 16,3 % nos últimos três anos só nos EUA – e pouco incentivo vindo do mercado, a situação tende a perdurar.
Para mudar o estado de coisas e permitir o monitoramento dos níveis de acidez das águas, a X Prize Foundation e a milionária Wendy Smith – esposa do fundador da Google, Eric Smith – decidiram oferecer US$ 2 milhões para quem inventar sensores baratos e fáceis de operar. A ideia é dar uma solução ao problema e impulsionar a inovação para que possamos entender melhor as consequências da acidificação oceânica.
A X Prize é uma fundação criada pelo engenheiro americano Peter Diamandis – um entusiasta da tecnologia como solução para problemas contemporâneos – cuja missão é “gerar avanços para o benefício da humanidade” por meio de incentivos à competição.
Desde 1996, a fundação promoveu quatro prêmios e atualmente tem outros quatro em andamento. O primeiro e mais famosos deles, o Ansari X Prize, desafiou equipes a construir e operar uma espaçonave com capacidade para três pessoas. Os investimentos feitos pelos 26 times participantes superaram em dez vezes o valor do prêmio, de US$ 10 milhões.
Os oceanos são ainda os maiores produtores de oxigênio e consumidores de CO2, ou gás carbônico, do planeta. São, eles sim, o verdadeiro “pulmão do mundo”, ao contrário do que se propaga sobre a Amazônia.
O desafio dessa vez é construir sensores que possam ser operados em pelo menos 3 mil metros de profundidade, que tomem medidas precisas sobre a mudança do pH da água e que não precisem ser recalibrados frequentemente. De quebra, os aparelhos precisam ser baratos e acessíveis. A partir de janeiro de 2014, a competição terá prazo de 22 meses – o primeiro ano será dedicado ao desenvolvimento dos sensores e o restante do prazo a testes. O resultado deve ser anunciado em meados de 2015.
Críticos destacam que a capacidade de monitorar a acidez das águas não soluciona o problema e não atinge sua causa – as emissões de CO2. Mas mesmo que seja apenas para saber melhor o tamanho do estrago que acidificação terá para os oceanos – e seus impactos para a humanidade –, a história indica que o prêmio deve gerar resultados.
Um dos primeiros prêmios do gênero aconteceu em 1714 quando o Parlamento britânico ofereceu incentivos monetários para quem inventasse um método simples e prático para determinar com precisão a longitude em que se encontra um navio.
No século XX, com grandes corporações investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento de produtos para criar ou manter monopólio de mercados, os prêmios quase desapareceram do cenário. Voltaram à tona nas últimas décadas com a pulverização dos mercados e a desaceleração das economias desenvolvidas.
Problemas cabeludos a solucionar é o que não falta.

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