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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

CRÂNIOS DEFORMADOS SÃO ACHADOS EM CEMITÉRIO ANTIGO NO MÉXICO

Segundo especialista, os povos mesoamericanos costumavam deformar o crânio de determinados grupos em sua civilização para diferenciá-los na sociedade.
No norte do México, um cemitério com cerca de mil anos de idade foi descoberto por arqueólogos próximo ao povoado de Onavas. As informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Antropologia e História do país constam que no local foram enterradas 25 pessoas, sendo que 13 delas possuem deformações cranianas curiosas.
Segundo análises, também foi descoberto que cinco corpos possuem mutilações dentárias e que somente um esqueleto do cemitério era de uma mulher.
De acordo com uma das responsáveis pela exploração da área, Cristina Garcia, da Universidade Estadual do Arizona, nos EUA, afirmou que os povos mesoamericanos costumavam deformar o crânio de determinados grupos em sua civilização para diferenciá-los na sociedade.
Os povos mesoamericanos costumavam deformar o crânio de determinados grupos em sua civilização para diferenciá-los na sociedade.
Os arqueólogos puderam observar que o sítio onde o cemitério foi achado possui características únicas, pois misturam elementos de diferentes culturas do norte do país.
Entre os 25 corpos encontrados, oito eram de adultos enquanto 17 eram de menores em uma faixa etária que varia entre cinco meses de idade e 16 anos. A quantidade significativa de crianças nos túmulos pode de indicar que suas mortes podem ter sido provocadas justamente pela prática de deformação craniana.
“Isso pode ser confirmado pelas evidências encontradas no cemitério de Sonora, em que os cinco corpos com mutilação dentária eram de pessoas com mais de 12 anos”, completa. De todos os esqueletos, apenas oito pertenciam a adultos: os demais eram de crianças a partir de 5 meses até adolescentes de 16 anos – e o fato de não terem sido detectadas doenças aparentes sugere que vários morreram justamente por causa de uma prática de deformação craniana feita de modo descuidado.
 “Deformação craniana em culturas mesoamericanas era usada para diferenciar um grupo social, e para propósitos de rituais, enquanto a mutilação dentária em culturas como a de Nayarit era vista como um rito de passagem para a adolescência”, explica a arqueóloga Cristina Garcia Moreno, diretora do projeto que encontrou o cemitério.
Embora os acessórios e as deformações tivessem um caráter de distinção, “nesse caso você não consegue reconhecer qualquer diferença social, pois os enterros parecem ter as mesmas características”, explica a arqueóloga. “Também não conseguimos determinar por que alguns usavam ornamentos e outros não, ou por que, entre os 25 esqueletos, apenas um era de mulher”. Assim, os restos, que datam do ano 943, ainda guardam muitos mistérios.[PastHorizons] [io9]

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

RAMSÉS III TEVE GARGANTA CORTADA - PASSADOS 32 SÉCULOS, O MISTÉRIO É SOLUCIONADO

Os ingredientes são dignos de um best-seller: o domínio de um império ultramarino, uma conspiração no harém, a traição da famíla e, por fim, um rei morto, levado para a tumba com um segredo que permanece guardado por 3 mil anos. O último capítulo não poderia ser mais incrível: passados 32 séculos, o mistério é solucionado – um ferimento no pescoço e um amuleto encontrado dentro da múmia revelam que o último grande faraó do Egito foi assassinado em um complô pelo trono. Essa, porém, é uma história verdadeira, cujo epílogo foi publicado ontem na revista científica British Medical Journal.
Historiadores, paleoantropólogos, geneticistas, radiologistas e especialistas em múmias aliaram documentos antigos à tecnologia moderna para descobrir a causa da morte de Ramsés III, cujo reinado, de 1187 a.C. a 1155 a.C., foi o derradeiro antes que o país perdesse sua supremacia. Os pesquisadores esperam encerrar um amplo debate entre egiptólogos que, até hoje, não sabem se o faraó teria sido assassinado ou morrido naturalmente. Uma forte pista aponta para a primeira opção: o Papiro Judicial de Turim, escritura oficial da época, revela o desmonte de uma conspiração contra o governante. O texto não deixa claro, contudo, se os rebelados conseguiram matar o rei ou se ele ainda estava vivo quando os envolvidos no complô foram julgados.
A múmia de Ramsés III e a imagem de tomografia computadorizada que permitiu a identificação do corte feito em sua garganta enquanto ainda estava vivo: vítima de uma trama para tomar o poder no antigo Egito.
Imagens
Um exame de tomografia computadorizada realizado na múmia de Ramsés III, que fica no Museu do Cairo, reforça a ideia do assassinato. As imagens identificaram um corte no pescoço do faraó, feito enquanto ele ainda estava vivo. “O ferimento só pode ser visto através da tomografia”, diz Zahi Hawass, ex-ministro de Antiguidades do Egito e um dos autores do estudo. Hawass, egiptólogo que usou a mesma técnica para estudar a causa da morte de outro faraó, o jovem Tutancâmon, conta em um comunicado à imprensa que o corte estava escondido pelas bandagens da múmia. “Estava claro que Ramsés (III) morreu em 1155 a.C., por volta dos 65 anos, mas só agora sabemos como”, afirma.
O Papiro da Justiça de Turim, guardado pelo Museu Egípcio da cidade italiana, é o único da história antiga egípcia que relata um julgamento criminal. Outros dois papiros sobre o complô, o de Lee e o de Rollin, ajudam a recontar a trama, que inclui entre os principais protagonistas a segunda esposa de Ramsés III e seu filho Pentwere, que ela teve com o rei. Tiye, único nome pelo qual a mulher é conhecida, contou com a ajuda de outras pessoas, incluindo o chefe de seus aposentos, um copeiro, um general, um sacerdote e um feiticeiro. Todos foram julgados e, provavelmente, condenados à morte. Um dos trechos do Papiro da Justiça lembra que os sentenciados “tiraram suas próprias vidas”, ao se envolverem na conspiração.
Perdida por muito tempo, a múmia de Ramsés foi finalmente encontrada no final do século XIX, mas uma radiografia realizada nos anos 60 não revelou qualquer traumatismo no faraó. Mas o especialista em múmias alemão Albert Zink, célebre por revelar os segredos de Ötzi, o caçador primitivo descoberto em 1991 nos Alpes, se debruçou sobre o mistério do destino de Ramsés III.
Com a ajuda de especialistas, incluindo Zahi Hawass, antigo responsável do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Zink examinou a múmia de Ramsés III com imagens em 3D (três dimensões) e tomografia computadorizada, e descobriu um ferimento grave na garganta do faraó, exatamente sob a laringe, que havia passado desapercebido.
"O corte tem cerca de 70 mm (...) e foi feito com uma faca ou uma lâmina similar", destaca o trabalho, que será publicado nesta terça-feira no British Medical Journal. "Sua extensão e profundidade indicam que o corte provocou a morte imediata de Ramsès III", destacam os pesquisadores.
Imagem Axial da Tomografia Computadorizada na secção do pescoço de Ramsés III. Ferida nas margens = estrelas. Seta = material de embalsamamento homogêneo infiltrando ferida e osso
A tomografia revelou ainda um corpo estranho junto ao ferimento: um amuleto de pedra, O Olho de Horus, que os egípcios utilizavam em rituais de cura. "A garganta cortada e o amuleto provam claramente que o faraó foi assassinado", conclui Albert Zink.
Sucessão
Foi no Palácio Real das Mulheres, onde o faraó mantinha suas duas esposas e seu harém, que Tiye começou a tecer as intrigas que, de acordo com o estudo publicado ontem, culminaram no assassinato de Ramsés III. Tiye tinha motivos para querer matar o marido. Ela não era a primeira esposa, posto ocupado por Iset Ta-Hemdjert, cujo filho era mais velho que Pentwere. O faraó cometeu um erro grave: depois da morte do primogênito e da criança que nasceu em seguida, ele não coroou os demais filhos como príncipes. Também jamais nomeou Iset nem Tiye como Grande Esposa Real. Ramsés III, portanto, deixou brechas na sucessão, pois não havia um nome oficial para ocupar o trono depois de sua morte, cada vez mais iminente. Na Antiguidade, quando a expectativa de vida média não chegava aos 30 anos, uma pessoa com 65 era considerada muito velha.
Apesar da falta de um nome oficial, naturalmente, por ser mais velho, acreditava-se que o filho de Ramsés III com Iset deveria reinar sobre o Egito. De fato, depois da morte do pai, ele foi nomeado Ramsés IV. Era isso que Tiye queria evitar quando armou o complô contra o marido. Seus planos incluíam depor o faraó e, com a ajuda dos outros conspiradores, afastar Iset e coroar Pentwere. O rei pode ter morrido, mas a rebelião não deu completamente certo, pois foi descoberta pelos oficiais de Ramsés III.
A grande dúvida que surgiu sobre o paradeiro do faraó é que alguns trechos do papiro sugerem que ele conduziu pessoalmente o julgamento. “Os textos implicam que a corte recebeu instruções diretas do rei, que, portanto, teria sobrevivido ao ataque”, diz o artigo publicado no British Medical Journal. Ao mesmo tempo, algumas partes do documento se referem a Ramsés III como “o grande deus”, significando que ele havia morrido antes ou durante as deliberações. “A única linha interpretada especificamente pelos egiptólogos como uma possível metáfora para assassinato é ‘derrubada da árvore real’. Dada a natureza inconclusiva das evidências textuais e a falta de qualquer causa óbvia da morte detectada por estudos forenses prévios, acadêmicos têm listado uma variedade de possibilidades: o rei foi ferido e morreu em decorrência, o complô foi completamente derrotado ou a tentativa (de assassinato) foi bem-sucedida”, contam os autores do estudo.
Punições
De acordo com Albert Zink, paleoantropólogo do Instituto de Múmias da Academia Europeia de Bolzano e principal autor do artigo, a tomografia computadorizada não deixa mais dúvidas de que Ramsés III foi assassinado, ainda que ele não tenha morrido na hora. “Ele foi morto por um corte profundo na garganta. Finalmente, foi solucionado o grande mistério do Egito antigo, pois agora sabemos o que realmente ocorreu na Conspiração do Harém”, garante. Zink apresenta outra evidência do crime: “As imagens mostraram também um pequeno amuleto inserido no ferimento. Viemos a saber que se tratava do olho de Hórus, que estava associado à saúde, e deveria curar o faraó na outra vida”, diz. O objeto foi colocado no corpo de Ramsés III durante os rituais de mumificação. “O Papiro de Turim indica que o complô falhou e que todos foram condenados, mas não estava escrito o que havia ocorrido com o próprio Ramsés III. Graças ao nosso estudo, agora sabemos com certeza.”
Os cientistas investigaram também uma múmia encontrada no século 19 no famoso complexo mortuário de Deir el-Bahri, que abriga o templo fúnebre de Ramsés III. Trata-se de um indivíduo sem identificação, o “homem E”. Quando desenrolada, a múmia revelou-se a mais tenebrosa já descoberta no Egito. Em primeiro lugar, o suave cheiro da cera usada no embalsamamento deu lugar a um odor putrefato, segundo testemunhas à época. Isso porque, em vez de perfumes e cremes, o indivíduo foi coberto com pele de bode, indicando uma grave punição.
O pior, contudo, é a expressão facial do homem de 18 a 20 anos, que está aterrorizado e parece ter forte dor. O tórax inflado e as marcas em volta de seu pescoço sugerem que ele foi estrangulado, embora há quem diga que a vítima tenha sido enterrada viva. Os autores do artigo disseram que não podem afirmar exatamente como ele morreu, mas têm quase certeza de que o “homem E” é Pentwere, o filho conspirador do faraó. Uma análise de DNA mostrou que a múmia compartilhava muitos traços genéticos com Ramsés III. Como o corpo de Tiye jamais foi encontrado – sinal de que a mulher foi punida e não mereceu funeral real –, não se pode definir exatamente a ascendência do “homem E”. Os cientistas, contudo, acreditam que ele é um “forte candidato” a filho de Ramsés III.
Crise
Ramsés III governou o Egito na 20ª Dinastia do Novo Reino (a dinastia durou um período que se estendeu de 1185 a.C. a 1070 a.C.). Depois de sua morte, o país começou a sofrer problemas econômicos e disputas internas, abrindo caminho para que outros povos, como assírios, persas, gregos e, por fim, romanos, assumissem a liderança mundial.

AS BELEZAS ESCONDIDAS EM MARES TROPICAIS PELAS LENTES DE MARCELO KRAUSE

Peixes, moluscos, crustáceos, corais e outras espécies marinhas criam um frondoso "teatro de vida e cores" neste ensaio do fotógrafo curitibano Marcelo Krause.
Estas imagens, tiradas nos oceanos de regiões como Indonésia, Brasil, Papua Nova Guiné, Galápagos e Caribe, fazem parte do seu segundo livro, Mares Tropicais.
Krause mergulha desde os nove anos de idade e ganhou a primeira máquina fotográfica aos seis. Atualmente com 39 anos, ele teve trabalhos publicados dos em revistas especializadas como Mergulho, National Geographic Brasil, Wildlife Magazine e Náutica.
"Minha paixão por mergulho vem de família e, desde pequeno, juntei a ela a minha adoração pela fotografia. Em 1998 me tornei fotógrafo profissional e utilizo meu trabalho para retratar e apresentar as mais diversas belezas escondidas no fundo do mar", diz Krause, que, em 2011, ganhou um prêmio no Festival Mundial de Imagens Submarinas, na França.
A grande-barracuda, 'Sphyraena barracuda', é a maior espécie da família.
O fotógrafo Marcelo Krause lançou seu segundo livro, mostrando o fundo dos oceanos em lugares como Indonésia, Brasil, Nova Guiné, Galápagos, entre outros. Acima, uma barracuda. Apesar dos dentes assustadores, elas não apresentam perigo para os mergulhadores e são raros os casos de ataques contra humanos.
Os caranguejos-ermitões, como este 'Dardanus pedunculatus', possuem o abdômenm exposto, macio e apetitoso para os peixes. Ele também é espiralado, o que lhe facilita inserir-se na concha de um molusco, que os ermitões então usam e carregam para se proteger.
O camarão-agachado, 'Thor amboinensis', é uma das espécies marinhas que podem ser encontradas em todos os oceanos tropicais do planeta. Quando excitado, estica sua cauda toda para cima e a balança de um lado para o outro. Essa espécie, apesar de viver em anêmonas, não é limpadora como os outros camarões que ganham a vida retirando parasitas de peixes.
Quando não estão se alimentando, as tartarugas-verdes, 'Chelonia mydas', passam a maior parte do tempo descansando ou dormindo no fundo. A cada 40 minutos, aproximadamente, elas precisam nadar até a superfície para respirar. Esta tartaruga verde da Papua Nova Guiné está acordando e preparando-se para subir.
Um camarão-de-coleman, “Periclimenes colemani”, em sua casa, sobre o ouriço-de-fogo, 'Asthenosoma varians'. O camarão encontra proteção entre os espinhos do ouriço. A área onde o camarão-de-coleman está não possui espinhos, pois o camarão corta alguns deles para fazer um ninho onde se aloja.
 
O peixe-cofre-amarelo, 'Ostracion cubicus', é um péssimo nadador e parece vulnerável; porém, tem uma armadura interna composta por uma caixa óssea extremamente rígida. Ele também pode secretar uma substância chamada ostratoxina, eficiente para deter predadores. A cor amarela é característica dos jovens.
Diferentemente das outras espécies de corais com forma de leque ou de arbusto, os corais do gênero Ellisella possuem ramos alongados e finos como um chicote. Diversos tipos de animais vivem associados a eles, como camarões, moluscos e pequenos peixes.
O dente do tubarão mako é fino e pontudo como um anzol, para agarrar e segurar sua presa; o do tubarão branco é triangular e serrilhado, para cortar pedaços da presa. O dente do tubarão tigre é adaptado para cortar a carapaça de tartarugas marinhas. Novos dentes crescem continuamente para frente e vão repondo os quebrados ou desgastados.
 
Um mergulhador investiga uma gruta submarina. O homem vem explorando os oceanos desde a antiguidade; no Japão existem registros de mergulhadores coletores de pérolas que datam de 4000 anos A.C.. Porém, mais de 90% dos oceanos ainda está inexplorado.
Os poliquetas-árvore-de-natal, 'Spirobranchus giganteus', vivem dentro da colônia dos corais, em tubos que se estendem conforme o coral cresce ao redor. O verme esconde seu corpo dentro do tubo e estende suas guelras coloridas para fora. As guelras absorvem oxigênio da água, retêm partículas de alimento e também funcionam como sensores de movimento.

A PRIMEIRA EVIDÊNCIA PARA A VIDA TERRESTRE É CONTROVERSA, UM REGISTRO FÓSSIL TEM UMA TENDÊNCIA A NOS SURPREENDER.

A maioria dos estudos indica que um grupo de musgo, moradores de pântanos que se originaram subaquaticamente, foram os primeiros seres vivos a viver em terra.
Há evidências de vida na água doce de um bilhão de anos atrás ou menos. De água para a terra, no entanto, há evidências indiretas inferidas a partir de sinais de desgaste em rochas não marinhas e na presença de paleossolos, sedimentos indicativos de solo fossilizado que, por definição, foram expostos ao ar.
Fósseis reais que podem ser sinais de vida na terra do período pré-cambriano (cerca de 542 milhões de anos) são raros, ou, como dizem alguns, míticos.
O ponto de vista convencional é de que a primeira vida terrestre migrou para fora da água cerca de 430 milhões de anos atrás, no meio de um período conhecido como a “Explosão Cambriana” – um apogeu evolutivo, em que condições favoráveis permitiram que surgissem a maioria das principais formas de vida existentes hoje.
Durante este tempo, um grupo de plantas de água doce avançou para praias lamacentas, pântanos e várzeas, e as verdadeiras plantas terrestres evoluíram a partir desse grupo. Antes disso, não havia nada vivendo em terra.
Agora, um novo estudo da Universidade de Oregon (EUA) diz que ainda outra forma de vida, mais precoce, pode ter sido a precursora dos organismos terrestres.
A tese de Gregory Retallack certamente não é a mais popular, mas evidências indicam que é possível que um organismo que viveu e morreu milhões de anos antes foi o primeiro a pisar em terra firme.
O geólogo da Universidade de Oregon argumenta que o grupo extinto de organismos chamados Ediacara, que viveu algumas centenas de milhões de anos antes do surgimento de plantas anfíbias, foi o primeiro a viver em terra.
O problema maior com seu argumento é que muito difícil estudar essas criaturas. As pistas que existem sobre elas vêm de fósseis, que sugerem que eram pequenas criaturas tubulares, que evoluíram pela primeira vez cerca de 630 milhões de anos atrás, no final de uma era do gelo extraordinariamente fria.
Esse grupo desapareceu cerca de 90 milhões de anos depois, logo quando o período Cambriano e sua explosão estavam começando.
Os fósseis deixados por tais criaturas são muito abertos à interpretação, como evidenciado pela atual controvérsia. Quando os colegas de Retallack examinaram os fósseis e seu sedimento circundante, eles viram o que consideraram contornos de animais marinhos articulados em uma lama endurecida do fundo de um oceano.
No entanto, quando Retallack olha para os fósseis de Ediacara, ele vê traços de líquenes, rodeados pelo tipo de rocha que se forma não no mar, mas em terra firme.
Essa não é a primeira vez que alguém sugere que a vida passou para a terra mais cedo do que o previsto. Esse argumento é minoria, mas circula desde pelo menos 1950, quando a paleobotanista Jane Gray defendeu tal ponto de vista.
Fósseis de Ediacara
A tese de Retallack
Retallack trabalhou por muitos anos estudando paleossolos (presença de sedimentos indicativos de solo fossilizado exposto ao ar) do período Pré-Cambriano.
O problema com solos fossilizados é que são convencionalmente reconhecidos pelos traços dos organismos que vivem dentro deles, especialmente raízes de plantas. Aí reside um dilema – como você reconhecer um paleossolo em sedimentos que não têm raízes de plantas?
A resposta vem através de trabalho geológico cuidadoso, para mostrar que o paleossolo está associado com rocha formada sob condições não marinhas, junto com trabalho em geoquímica e dados de isótopos estáveis.
Também pode haver evidência direta no solo fóssil, sob a forma de nódulos, cristais de carbonato de areia e fissuras causadas por dessecação ou presença de gelo.
Provas deste tipo levaram Retallack a inferir a presença de paleossolos entre rochas do período Ediacarano (635 a 542 milhões de anos atrás) do sul da Austrália.
Essas rochas apresentam uma ampla gama de grandes estruturas, distintivas e enigmáticas, geralmente pensadas como fósseis de criaturas vivas. Originalmente encontradas no sul da Austrália, fósseis de Ediacara já foram descobertos em localidades mais longínquas como Newfoundland, no Canadá, na Rússia Ártica e no Reino Unido.
Embora claramente altamente organizados, a natureza exata desses organismos é indescritível. Se eles foram animais, tinham pouca ou nenhuma semelhança com qualquer outra criatura, seja fóssil ou atual.
Isto levou a sugestões de que foram gigantes protistas, fungos, algas, liquens ou até mesmo um tipo de vida totalmente diferente de qualquer outra coisa conhecida e agora totalmente extinto.
O que quer que fossem, no entanto, os cientistas acreditam que viveram nos leitos de areia de águas rasas, águas iluminadas pelo sol.
É aqui que Retallack se separa de quase todos os outros cientistas, porque alguns de seus paleossolos estão associados com fósseis de Ediacara. Isto significa que pelo menos alguns desses organismos viviam na terra, sob o céu, talvez na forma de líquenes, ou colônias microbianas que formam crostas no solo.
Nesse caso, essas criaturas já não seriam mais míticas ou raras, mas sim as primeiras a colonizarem a terra, não apenas em poças de água, mas em solos indicativos de um deserto seco e frio. 
*Ediacara é o nome de uma região da Austrália onde ocorrem os mais antigos fósseis de metazoários, aqueles com células organizadas em tecidos e órgãos. Por isso, esta ocorrência fóssil está entre as mais importantes do mundo.