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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A PRIMEIRA EVIDÊNCIA PARA A VIDA TERRESTRE É CONTROVERSA, UM REGISTRO FÓSSIL TEM UMA TENDÊNCIA A NOS SURPREENDER.

A maioria dos estudos indica que um grupo de musgo, moradores de pântanos que se originaram subaquaticamente, foram os primeiros seres vivos a viver em terra.
Há evidências de vida na água doce de um bilhão de anos atrás ou menos. De água para a terra, no entanto, há evidências indiretas inferidas a partir de sinais de desgaste em rochas não marinhas e na presença de paleossolos, sedimentos indicativos de solo fossilizado que, por definição, foram expostos ao ar.
Fósseis reais que podem ser sinais de vida na terra do período pré-cambriano (cerca de 542 milhões de anos) são raros, ou, como dizem alguns, míticos.
O ponto de vista convencional é de que a primeira vida terrestre migrou para fora da água cerca de 430 milhões de anos atrás, no meio de um período conhecido como a “Explosão Cambriana” – um apogeu evolutivo, em que condições favoráveis permitiram que surgissem a maioria das principais formas de vida existentes hoje.
Durante este tempo, um grupo de plantas de água doce avançou para praias lamacentas, pântanos e várzeas, e as verdadeiras plantas terrestres evoluíram a partir desse grupo. Antes disso, não havia nada vivendo em terra.
Agora, um novo estudo da Universidade de Oregon (EUA) diz que ainda outra forma de vida, mais precoce, pode ter sido a precursora dos organismos terrestres.
A tese de Gregory Retallack certamente não é a mais popular, mas evidências indicam que é possível que um organismo que viveu e morreu milhões de anos antes foi o primeiro a pisar em terra firme.
O geólogo da Universidade de Oregon argumenta que o grupo extinto de organismos chamados Ediacara, que viveu algumas centenas de milhões de anos antes do surgimento de plantas anfíbias, foi o primeiro a viver em terra.
O problema maior com seu argumento é que muito difícil estudar essas criaturas. As pistas que existem sobre elas vêm de fósseis, que sugerem que eram pequenas criaturas tubulares, que evoluíram pela primeira vez cerca de 630 milhões de anos atrás, no final de uma era do gelo extraordinariamente fria.
Esse grupo desapareceu cerca de 90 milhões de anos depois, logo quando o período Cambriano e sua explosão estavam começando.
Os fósseis deixados por tais criaturas são muito abertos à interpretação, como evidenciado pela atual controvérsia. Quando os colegas de Retallack examinaram os fósseis e seu sedimento circundante, eles viram o que consideraram contornos de animais marinhos articulados em uma lama endurecida do fundo de um oceano.
No entanto, quando Retallack olha para os fósseis de Ediacara, ele vê traços de líquenes, rodeados pelo tipo de rocha que se forma não no mar, mas em terra firme.
Essa não é a primeira vez que alguém sugere que a vida passou para a terra mais cedo do que o previsto. Esse argumento é minoria, mas circula desde pelo menos 1950, quando a paleobotanista Jane Gray defendeu tal ponto de vista.
Fósseis de Ediacara
A tese de Retallack
Retallack trabalhou por muitos anos estudando paleossolos (presença de sedimentos indicativos de solo fossilizado exposto ao ar) do período Pré-Cambriano.
O problema com solos fossilizados é que são convencionalmente reconhecidos pelos traços dos organismos que vivem dentro deles, especialmente raízes de plantas. Aí reside um dilema – como você reconhecer um paleossolo em sedimentos que não têm raízes de plantas?
A resposta vem através de trabalho geológico cuidadoso, para mostrar que o paleossolo está associado com rocha formada sob condições não marinhas, junto com trabalho em geoquímica e dados de isótopos estáveis.
Também pode haver evidência direta no solo fóssil, sob a forma de nódulos, cristais de carbonato de areia e fissuras causadas por dessecação ou presença de gelo.
Provas deste tipo levaram Retallack a inferir a presença de paleossolos entre rochas do período Ediacarano (635 a 542 milhões de anos atrás) do sul da Austrália.
Essas rochas apresentam uma ampla gama de grandes estruturas, distintivas e enigmáticas, geralmente pensadas como fósseis de criaturas vivas. Originalmente encontradas no sul da Austrália, fósseis de Ediacara já foram descobertos em localidades mais longínquas como Newfoundland, no Canadá, na Rússia Ártica e no Reino Unido.
Embora claramente altamente organizados, a natureza exata desses organismos é indescritível. Se eles foram animais, tinham pouca ou nenhuma semelhança com qualquer outra criatura, seja fóssil ou atual.
Isto levou a sugestões de que foram gigantes protistas, fungos, algas, liquens ou até mesmo um tipo de vida totalmente diferente de qualquer outra coisa conhecida e agora totalmente extinto.
O que quer que fossem, no entanto, os cientistas acreditam que viveram nos leitos de areia de águas rasas, águas iluminadas pelo sol.
É aqui que Retallack se separa de quase todos os outros cientistas, porque alguns de seus paleossolos estão associados com fósseis de Ediacara. Isto significa que pelo menos alguns desses organismos viviam na terra, sob o céu, talvez na forma de líquenes, ou colônias microbianas que formam crostas no solo.
Nesse caso, essas criaturas já não seriam mais míticas ou raras, mas sim as primeiras a colonizarem a terra, não apenas em poças de água, mas em solos indicativos de um deserto seco e frio. 
*Ediacara é o nome de uma região da Austrália onde ocorrem os mais antigos fósseis de metazoários, aqueles com células organizadas em tecidos e órgãos. Por isso, esta ocorrência fóssil está entre as mais importantes do mundo.
 

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