Introdução à Filosofia: Os Filósofos e seus pensamentos malucos - Parte 4
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Sempre que escutamos falar em filosofia a primeira coisa que vem à nossa cabeça é que isto é coisa de maluco: homens que ficaram a vida inteira pensando sobre coisas que ninguém sequer sonhava pensar.
Enquanto a maioria das pessoas pensa sobre coisas banais, (quem vai ganhar no “Big Brother Brasil”?; Qual o fuxico sobre a vizinha bonita?; como emagrecer em um dia?; qual o melhor celular para se “tirar uma onda”?; o que comprar sem necessidade?; entre outros) o filósofo, ao contrário, irá pensar e fazer perguntas fundamentais sobre estas mesmas coisas com a intenção de criar novas informações sobre elas e com a intenção de propor uma mudança na maneira como as enxergamos e perguntamos (qual a importância dos “Reality Show”?; o que é a beleza?; o que é ser saudável?; qual a importância da tecnologia na vida humana?; o que é a lógica de consumo?; por exemplo).
Portanto, o filósofo intenciona, incessantemente, produzir um olhar analítico, crítico e reflexivo sobre todos os fenômenos que fazem parte do dia-a-dia em nossa vida. Ele busca conhecer mais e melhor as coisas à sua volta com a intenção de demonstrar novas possibilidades de existência daquilo que todos acham comum, corriqueiro, normal.
Com este novo olhar do filósofo é que podemos dizer que produzimos uma teoria do conhecimento. Ou seja, a cada pensamento novo dos filósofos sobre as coisas da realidade foram sendo produzidos novos conhecimentos sobre o mundo: a astronomia, a matemática, a física, a história, a geografia, a medicina, a sociologia, a política, a religião, a arte, e, finalmente, a própria filosofia.
O que os Filósofos sempre fazem é tentar encontrar uma ordem conceitual na desordem do mundo ou aplicar ao mundo uma ordem conceitual. Dizendo de outra maneira, cabe à filosofia ordenar o mundo a partir de idéias, conceitos, e hipóteses para que todos possam viver melhores, em um mundo em movimento, em transformação e que, a cada instante, nos surpreende com o surgimento de coisas novas que não sabemos o que é. Assim nascem as explicações das coisas no mundo, para tentar tornar acessíveis e ordenadas as coisas e o mundo à nossa volta.
Mas será que no mundo em que vivemos somente o filósofo é capaz de pensar e produzir teorias de conhecimento que expliquem e ordenem as coisas e o mundo? Ou nós, simples mortais, também podemos pensar e olhar de maneira diferenciada para as coisas e o mundo, buscando conhecê-los e atribuir-lhes novas explicações e conceitos?
Ora todos nós nascemos filósofos: pensamos, analisamos, questionamos, criticamos. As condições da vida e da cultura nos fazem perder o gosto pelo questionamento.
Quando uma criança se coloca a questionar o mundo à sua volta e faz questionamentos aos pais perguntado o porquê disto?; o que é aquilo?; como fazer isto?; ela está exercitando o filósofo dentro de si. Mas os pais, na maioria das vezes, “matam” o filósofo que está nascendo na criança respondendo-lhe: porque não; não sei; ou simplesmente diz à criança parar deixar de ser chata. Ou seja, se a criança estava sobre o pêlo do coelho e quando ele andava no mundo ela o admirava, se espantava e se questionava, agora, com a falta de respostas dos pais ela está enfiada e encolhida dentro do pêlo do coelho. Por mais que ele ande no mundo de nada adiantará: a criança/filósofo nada verá, nada admirará, nada a espantará e nada questionará.
Platão (428/27 – 347 a. C.) e Aristóteles (384 – 322 a. C.) deram à filosofia uma de suas melhores definições. Eles viram a filosofia como um discurso admirado e/ou espantado com o mundo. O filósofo, portanto, é o sujeito que se espanta e se admira com o mundo à sua volta. Fazer a pergunta inocente da criança (o que é?) é estar na atitude filosófica, é pensar filosoficamente.
Assim, todos nós podemos voltar a deixar nascer o filósofo que está preso dentro de nós. Como a “lâmpada mágica de Aladim”, podemos nos polir e fazer sair de nós uma pessoa nova que olhe para o mundo e o admire, o questione e se espante com ele.
Desta maneira, poderemos todos nós, pensarmos, analisarmos, criticarmos, refletirmos sobre as coisas e o nosso mundo a fim de criarmos novas teorias de conhecimento.
Todos os profissionais do mundo como os políticos, os empresários, os professores, os médicos, os dentistas, os advogados, os astronautas, entre outros, um dia foram e tiveram a inocência e o olhar da criança. Hoje são eles que criam os conhecimentos e as explicações sobre as coisas e sobre os fenômenos do mundo.
Portanto, as coisas e o mundo só existirão no momento em que nos admirarmos e nos espantarmos com ele. Espantemo-nos com o mundo!
Octavio Silvério de Souza Vieira Neto
Olá Gil,
ResponderExcluirGostei muito do seu blog!
A temática que está defendendo é fundamental para a saúde do palneta e dos seres humanos que nele habitam. Parabéns!
Estou postando o link do seu blog em meu blog de filosofia da educação.
E obrigado por gostar e divulgar minhas ideias.
Um abraço.