Uma
equipe franco-americana de astrônomos encontrou um planeta formado em grande
parte por diamante, que tem o dobro do tamanho da Terra, e que registra
altíssimas temperaturas e orbita em torno de uma estrela visível a olho nu,
anunciaram nesta quinta-feira cientistas.
"A superfície deste planeta está
provavelmente recoberta de grafite e diamante em vez de água e granito",
disse Nikku Madhusudhan, da Universidade de Yale (Connecticut, nordeste), um
dos autores da descoberta, publicada na revista Astrophysical Journal Letters,
que também contou com a participação do Instituto de Pesquisa em Astrofísica em
Toulouse, na França.
"Esta
é nossa primeira visão de um exoplaneta (fora de nosso sistema solar) rochoso,
com uma composição química radicalmente diferente da (composição) da
Terra", acrescentou Madhusudhan em um comunicado.
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lustração
do interior do 55 Cancri-e (Foto: Reuters)
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Este
exoplaneta, denominado 55 Cancri-e, tem um raio duas vezes maior que o da
Terra, de 12.747 quilômetros. Encontra-se a 40 anos-luz de nosso planeta (um
ano-luz equivale a 9,461 trilhões de quilômetros), na constelação de Câncer.
O
55 Cancri-e gira tão rápido que orbita ao redor de sua estrela, chamada de 55
Cancri, em apenas 18 horas, contra os 365 dias da Terra ao redor do Sol.
Também
é muito mais denso que nosso planeta, com uma massa oito vezes superior. As
temperaturas em sua superfície alcançam os 2.148 graus e o tornam muito
inóspito.
Este
planeta foi observado pela primeira vez em 2011, quando passou em frente a sua
estrela, o que permitiu aos astrônomos medir seu raio.
Esta
informação, combinada com as estimativas mais recentes de sua massa, permitiu
deduzir a composição química baseando-se em modelos informáticos de seu
interior e calculando todas as combinações possíveis de elementos e componentes
que produzem estas características físicas específicas.
Diferentemente
do que os pesquisadores pensaram inicialmente, o exoplaneta não contém água e
parece ser composto principalmente de carbono em forma de grafite e diamante,
assim como de ferro e silício.
Segundo
eles, a quantidade de diamante pode representar ao menos um terço de 55
Cancri-e, ou o equivalente a três vezes a massa da Terra.
Em
comparação, o interior da Terra é rico em oxigênio, mas muito pobre em carbono,
destacou Kanani Lee, geofísico da Universidade de Yale e também autor do
estudo.
A
identificação deste exoplaneta rico em carbono significa que "já não
podemos supor que os planetas rochosos à distância têm a mesma composição
química, a mesma atmosfera e a mesma estrutura interna que a Terra", disse
Madhusudhan.
Segundo
os cientistas, esta descoberta abre novos caminhos para o estudo dos processos
geoquímicos e geofísicos de exoplanetas cujo tamanho é similar ao da Terra.
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