As Nações Unidas declararam nesta quarta-feira oficialmente situação de crise de fome em duas regiões do sul da Somália, Bakool e Baixo Shabelle, circunstância que não ocorreu neste país nas últimas duas décadas.
"A cada dia que nos atrasamos em emprestar assistência é, literalmente, questão de vida ou morte para as crianças e suas famílias nas áreas afetadas pela crise de fome", assegurou hoje em entrevista coletiva realizada em Nairóbi, capital do Quênia, o coordenador de Assuntos Humanitários da ONU para a Somália, Mark Bowden.
"Se não agirmos agora, a crise de fome se estenderá às oito regiões do sul da Somália nos próximos dois meses devido às pobres colheitas e aos surtos de doenças infecciosas", disse Bowden.
Além disso, o responsável humanitário da ONU para a Somália advertiu que esta crise representa a mais grave situação de insegurança alimentícia que há hoje no mundo, com os índices de desnutrição mais altos do planeta, de até 50% em algumas zonas do sul do país.
Os dados divulgados pelas Nações Unidas mostram que quase a metade da população da Somália, cerca de 3,7 milhões de pessoas, se encontra em crise humanitária, dos quais 2,8 milhões estão no sul do país.
Mais de dois milhões de pessoas afetadas pela crise alimentar- Foto (Ismail Taxta/Reuters) |
O sul da Somália está, praticamente em sua totalidade, sob o controle da milícia fundamentalista islâmica Al Shabab, vinculada à Al Qaeda.
Segundo números das Nações Unidas, a seca e seus devastadores efeitos no Chifre da África mantêm em situação crítica pelo menos dez milhões de pessoas da região.
No entanto, a ONU prevê que a crise de fome não irá além do sul da Somália, apesar da situação de grave crise alimentícia que padecem o sul da Etiópia e o norte do Quênia.
A situação de fome é definida pelas Nações Unidas com uma taxa de mortalidade de mais de duas em cada dez mil pessoas por dia e de um valor acima dos 30 por cento entre as crianças abaixo dos cinco anos de idade. Pelo menos 500 mil crianças estão em risco de vida no Chifre da África, foi sublinhado pela UNICEF na semana passada, ao mesmo tempo em que a Cruz Vermelha lançou o alerta de que uma em cada dez crianças na Somália apenas enfrenta atualmente o risco de morte devido à fome.
A SOMÁLIA A FOME E O CHIFRE DA ÁFRICA
A década de 90 ficou marcada na Somália como um período de grandes dificuldades causadas pelas guerras internas que pioravam o quadro de fome no país.
Até o ano de 1991, a Somália era governada em regime ditatorial, quando houve a derrota da ditadura de Siad Barre. Com isso, muitas tribos se organizaram em partidos para lutar pelo poder do país. O conflito se espalhou, agravando a situação da fome, deixando o país em situação de emergência, sendo preciso que a ONU fizesse intervenções enviando suas tropas para o país, porém as ações dos soldados foram infelizes, e as tropas foram retiradas em 1995.
Até o ano de 1991, a Somália era governada em regime ditatorial, quando houve a derrota da ditadura de Siad Barre. Com isso, muitas tribos se organizaram em partidos para lutar pelo poder do país. O conflito se espalhou, agravando a situação da fome, deixando o país em situação de emergência, sendo preciso que a ONU fizesse intervenções enviando suas tropas para o país, porém as ações dos soldados foram infelizes, e as tropas foram retiradas em 1995.
Assim, a guerra civil prosseguiu até 1998, quando no Egito foi assinado um acordo para a criação de um governo de transição a fim de solucionar a causa a guerra. Mesmo assim, os problemas não foram resolvidos, e os conflitos continuaram no país.
O Chifre da África
É uma região localizada no nordeste do continente africano.
São sete países que pertencem ao Chifre da África: Somália, Djibuti, Etiópia, Kenia, Uganda, Sudão e Eritréia.
Países que formam o Chifre da África |
Não é de hoje que ouvimos falar que esse povo passa por injustiças e desigualdades tão gritantes, que não nos surpreende mais. O que é muito revoltante, é saber que quem deveria mudar este quadro, aceita passivamente. É uma tristeza profunda saber que 1% dos indivíduos do planeta detém 50% de toda terra cultivável, gerando tanto desequilíbrio e sentimentos tão deformados. Falam em solidariedade mas promovem a prática da injustiça, tendo visão completamente deformada com o que acontece com suas ganâncias. São inimigos neste mundo perverso de interesses altamente capitalistas e exclusivamente individualistas, praticando a violência e o desamor, fazendo sofrer os fragilizados que sobrevivem na mais extrema penúria, agonizando a cada dia. Realmente "A GANÂNCIA DESTRÓI O CORAÇÃO E DECRETA A FALÊNCIA DE TODO O PLANETA", como diz no documentário mais comovente que já lí até hoje e que relata tão fiel e profundamente a dura realidade de nosso planeta.
ResponderExcluirEste povo é sofrido mesmo. Vivem em guerras étnicas, que são fomentadas com material bélico, por países ricos, que não querem acabar com a fome e nem ver o desenvolvimento dos mesmos, senão acaba o filão que é a venda de armas.
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