O nível de iodo radioativo na água do mar, a 300 metros ao sul da usina central de Fukushima, no nordeste do Japão, é 4.385 vezes superior ao limite legal,
informou nesta quinta-feir a Tokyo Electric Power (Tepco), empresa responsável pela usina. De ontem para hoje o índice de radioatividade subiu, pois na quarta-feira, a Agência de Segurança Nuclear e Industrial do país já noticiara que o valor de iodo radioativo na água do mar, naquela região, estava 3.355 vezes acima do aceitável. No sábado ele era 1.250 vezes superior, e no domingo, 1.850.
Ontem, o diretor-geral adjunto da Agência, Hidehiko Nishiyama, minimizou os riscos de contaminação pela água do mar, apesar de a população local ter sido evacuada e de não haver atividade pesqueira na região. Segundo ele, o iodo 131 se dilui na água, mas especialistas alertam que essa infiltração poderá trazer sérios riscos à natureza. De acordo com a Agência, vive-se um círculo vicioso, pois quanto mais se usa a água do mar para resfriar os reatores, mais esta água se contamina. As informações são da Associated Press.
A poluição no oceano é uma preocupação para um país onde o peixe é parte central da dieta de seus habitantes.
Especialistas disseram que a vastidão do oceano e uma poderosa corrente deveriam diluir os altos níveis de radiação, limitando o perigo de contaminação aos peixes e ao restante da vida marinha.
Mas não está claro quanta radiação está se infiltrando no oceano e o controle das fugas poderia levar semanas ou meses, o que complica as avaliações precisas de risco.
Nesta quarta-feira, o Japão atualizou os seus padrões para usina de energia nuclear, o primeiro reconhecimento oficial de que suas normas eram insuficientes quando o terremoto de 11 de março danificou uma de suas instalações, desencadeando a pior crise atômica desde Chernobil, na Ucrânia, em 1986.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, cujo governo enfrenta fortes críticas por sua administração do desastre, recebeu a confirmação do apoio americano em uma conversa pelo telefone nesta quarta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, visitará Tóquio na quinta-feira. Ele será o primeiro líder estrangeiro que visita o país após o desastre.
Em uma demonstração adicional de apoio, a França enviou dois especialistas de seu fabricante estatal de reatores nucleares Areva.
Fontes O Estadão e O Globo
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