No mundo em que vivo, hoje, descobri que na minha casa só faço o necessário para a manutenção da minha vida. Porque isto? Por que vivo mesmo e num emaranhado de fios e teias que se chama rede mundial, sou um ser virtual, globalizado, moro onde quero, vou onde quero, observo e falo com quem eu quero. Já não tenho parada fixa, estou a qualquer momento em locais diferentes, de culturas diferentes e tendo até relacionamentos diferentes. Na vida não importa como somos, contanto que encontremos pessoas se que identifiquem conosco. Às vezes é tamanha simbiose que fica até confuso delimitar o “nós” e o “outro”. O que vale é que sejamos aceitos, e possamos rir e crescer juntos e mutuamente, compreendendo que cada um tem sua contribuição e suas limitações. E quando não estamos mais tão juntos, é porque o bem a natureza da razão nos impede, mais quando juntos já fizemos o bem, um para o outro, que era devido há certo tempo-espaço. Então e esperar que nova oportunidade surja e perceber que novo ciclo se inicia, novas aprendizagens, ajudas, controvérsias, amores...
RelacionamentosVirtuais |
Por não ser rígido e obediente as convenções, isso me faz andar na contramão. Não por modismo, mas, devido à criticidade da minha essência em ebulição. Tanta picardia tem um preço a ser pago, diria que, até alto demais. Mas, eu aguento. Quem disse que eu quero, e devo ser mais um rosto na multidão?
Amigos, mesmo que virtuais, chegam quando todos parecem ter ido embora, em momentos que até a gente quer ir embora, seja lá onde isso fique... Os amigos nos amam incondicionalmente. Por vezes brigamos, e às vezes até conseguimos enxergá-los vendo seus defeitos pela momentânea supressão da cortina que os envolve e encobre, tirando-lhes os defeitos. E se fazemos as pazes, aí então sabemos que foi tanto maior a satisfação no coração de quem mais encontrou o perdão. Sentimos que alguns “amigos” que estão distantes, são como aquela roupa predileta antiga. Não somos mais vistos com ela, mas com certeza está embalado, e bem guardada. Nunca mandaremos fazer outra igual, pois sabemos nunca será a mesma. Isto me lembra Walter Benjamim mais ou menos assim: “cada momento vivido é único e singular, nunca mais será o mesmo” mesmo que meticulosamente atentássemos para reproduzir cada detalhe de um fato de nossa vida. Cada passagem é representada por ínfimo e singular tempo e detalhes, que já terão se passado (coisa do real misturado com virtual), e então... Voltando a roupa... em casos de nostalgia apelamos à musa Memória (espaço-tempo), em que até cheiros conseguem ficar guardados por muito tempo. A manifestação do amor, creio, transcende fé e crenças e prevalecem manifestar-se neste mesmo amor (gostar). E quanto mais amamos, mais encontramos e mais sentimos o desejo de amar, mesmo que virtualmente. Às vezes os amores, inigualáveis, nos fazem suportar as dores inevitáveis da vida, e apreciar as delícias infindáveis dos sentidos da existência, mesmo quando virtual (aprendi usando a net, e quebrando o preconceito é claro, que virtual não tem a ver com “real ou tangível”, mas com “tempo quase imediato”).
Mundo Virtual - Meu tempo quase que imediato |
Neste mundo virtual, minha fragilidade é diretamente proporcional a minha força, com o seguinte diferencial: Até nos meus dias mais sombrios, eu não deixo de me encarar; Quando a gente consegue se ler e se analisar com maestria, até as contradições são diluídas; Não sou dependente afetivo de ninguém. Desejo e sinto carência, caminho sozinho (sem vitimização por isso) como qualquer mero mortal, mas, não preciso de muletas afetivas para caminhar;
Que a paz contagiante e plena da possibilidade espiritual que nos transcende além de corpo e mente esteja com vocês, virtual e presentemente... Atenciosamente,
Este ser virtual que lhes escreve, virtualmente.
Bonita revelação.
ResponderExcluirobrigado, botando pra fora o que me incomoda.
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