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sábado, 14 de abril de 2012

OS ECOLOGISTAS QUESTIONAM A MONSANTO E A EUROPA PROIBE O PLANTIO DA VARIEDADE DO MILHO TRANSGÊNICO MON 810

Ambientalistas argumentam que os pequenos produtores e agricultores orgânicos, bem como das comunidades locais e movimentos sociais de todo o mundo, para "resistirem e rejeitar cada vez mais Monsanto e o modelo de agricultura industrial, que representa". 
O relatório, produzido em conjunto pela Via Campesina, Amigos da Terra Internacional e Combate a Monsanto tenta oferecer um olhar nas grandes batalhas contra a Monsanto e outras empresas agroquímicas "que empurrar e impor culturas geneticamente modificadas aos agricultores e ao meio ambiente". "A Monsanto é responsável pela destruição mundial da biodiversidade agrícola e violações dos direitos dos agricultores”. 
“Agricultores de todo o mundo estão resistindo pela soberania alimentar, mas muitas pessoas devem participar", disse Garcia Andoni Arriola de COAG - La Via Campesina. "A maioria da população na Europa se opõe à produção de alimentos GM, e vários países europeus têm agora moratórias nacionais que proíbem o milho da Monsanto MON810 e batata Amflora da BASF, apesar da forte pressão da indústria e da Comissão Europeia para levantar a moratória", disse Blanca G. Amigos Ruibal da Terra.
Milho transgênico MON 810
Globalmente os transgênicos representam apenas 3% da agricultura do mundo. Enquanto no Estado espanhol são cultivados quase 100.000 hectares de milho transgênico MON 810, patenteado pela Monsanto.
A Polônia decretou o banimento do milho transgênico MON 810, produzido pela Monsanto. A decisão foi uma vitória que resulta das mobilizações recentes de apicultores e ambientalistas, que pediram a proibição do produto no país. Marek Sawicki, Ministro da Agricultura, disse que o pólen produzido pela variedade modificada pode de fato estar devastando a já reduzida população de abelhas do país.
A França decidiu reintroduzir em seu território a moratória sobre o cultivo do milho transgênico MON810, comercializado pela empresa americana Monsanto, anunciou o Ministério da Agricultura, na sexta-feira 16 de março. Isto significa que o governo de Paris interrompe, pelo menos temporariamente, o cultivo desse milho geneticamente modificado.
Esta medida destina-se a "proteger o meio ambiente", informou um comunicado do ministério. Esta decisão foi tomada "por causa da proximidade das mudas", informa a mesma fonte. Seu consumo é permitido, porém, com um requisito de rotulagem.
O governo alemão proibiu a plantação da única planta geneticamente manipulada até então permitida no país, o milho MON 810. Existem razões para se suspeitar de que esse tipo de milho geneticamente manipulado produzido pela firma norte-americana Monsanto represente um perigo para o meio ambiente, disse a ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, nesta terça-feira (14/04).
Greenpeace é uma das organizações que se opõe ao cultivo de transgênicos.
FOTO: Greenpeace
 Para Entender
A revista científica Journal of Applied Toxicology publicou em 15 de fevereiro de 2012, em sua versão eletrônica, o primeiro estudo a analisar os efeitos combinados, sobre células humanas, das toxinas inseticidas produzidas pelas plantas transgênicas Bt e dos herbicidas à base de glifosato, usados nas lavouras transgênicas do tipo Roundup Ready (RR).
Note-se que o estudo de efeitos combinados entre diferentes agrotóxicos ainda representa um grande desafio para a toxicologia, ao passo que nas lavouras transgênicas “piramidadas” sobrepõem-se na mesma planta genes que conferem tolerância a herbicidas (que deixam resíduos nas plantas alimentícias) e aqueles que produzem toxinas inseticidas.
Pela primeira vez, foram testados os efeitos das toxinas Bt Cry1Ab e Cry1Ac (de 10 ppb a 100 ppm) em células embrionárias de rim humano, assim como o seu efeito combinado com o Roundup, num período de 24 horas, em três biomarcadores de morte celular. Os experimentos foram repetidos pelo menos três vezes em diferentes semanas, em três meios independentes.
Os dados mostram que a toxina Cry1Ab pode induzir efeitos citotóxicos (que provocam danos às células) através de um mecanismo necrótico a uma concentração de 100 ppm.
Quando isto vai parar?
Essa concentração é relativamente alta em comparação às concentrações produzidas pelas plantas transgênicas (entre 1 e 20 ppm). Entretanto, há que se levar em conta (e avaliar!) a bioacumulação da toxina nos tecidos, assim como os efeitos de longo prazo, uma vez que plantas Bt podem ser consumidas em grandes quantidades por mamíferos. No ano passado um estudo realizado no Canadá detectou resíduos de toxina Bt no sangue de mulheres, gestantes e fetos.
Os autores da pesquisa observam ainda que a descoberta de efeito tóxico da toxina Bt é compatível com os dados verificados em outro estudo, em que o consumo de milho MON810 produziu sinais subcrônicos de alterações hepatorrenais quando utilizado na alimentação de ratos de laboratório.
A toxina Cry1Ab é justamente aquela presente no milho transgênico da Monsanto MON810, que foi proibido em diversos países europeus. No Brasil, este milho está autorizado desde 2008 apesar das manifestações contrárias de Ibama e Anvisa; além dele diversos outros milhos piramidados autorizados no Brasil entre 2008 e 2011 contêm a toxina (ver AS-PTA).
Outra revelação da nova pesquisa foi que, testado sozinho, o Roundup mostrou-se necrótico (que provoca necrose) e apoptótico (que provoca morte celular) a partir de 50 ppm, concentração cerca de 200 vezes menor que a das diluições agrícolas. Porém, a avaliação de efeito combinado mostrou que as toxinas Cry1Ab e Cry1Ac reduziram a morte celular induzida pelo Roundup em cerca de 50%.
Os autores assumem que as propriedades físico-químicas das proteínas podem lhes conferir habilidade de se ligar e formar complexos com os adjuvantes do Roundup que apresentam tendência a formar vesículas, amortecendo sua biodisponibilidade para as células.
Para o bem ou para o mal, o que se constata é que as diferentes toxinas interagem entre si e que, embora estejamos expostos a infinitas combinações de toxinas ao ingerirmos alimentos transgênicos e/ou cultivados com agrotóxicos, os mecanismos e resultados dessas interações são amplamente desconhecidos e não foram devidamente avaliados antes das aprovações dessas plantas.
A referência completa do novo artigo sobre os efeitos combinados de toxinas Bt com glifosato é:
R. Mesnage, E. Clair, S. Gress, C. Then, A. Székács, G.-E. Séralini. Cytotoxicity on human cells of Cry1Ab and Cry1Ac Bt insecticidal toxins alone or with a glyphosate-based herbicide. In Journal of Applied Toxicology. Article first published online: 15 FEB 2012. DOI: 10.1002/jat.2712

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