Vida a partir dos Vírus
Os vírus compartilham um ancestral comum que teria existido há mais de três bilhões de anos e que pode mesmo ter precedido as formas celulares de vida, de acordo com o artigo publicado em Maio de 2004 na revista PNAS (revista da Academia de Ciências dos EUA) por George Rice e os seus colaboradores, da Universidade Estadual de Montana, EUA.
Com base na comparação dos vários tipos de vírus atualmente conhecidos e de um vírus icosaédrico (isto é, com a forma de um poliedro de 20 faces) encontrado numa fonte termal no parque nacional de Yellowstone (nos Estados Unidos), o grupo de cientistas descobriu que as proteínas do capsídio são muito semelhantes em todos os tipos de vírus, que parasitam seres dos três domínios da vida — Eukarya, Bactéria e Archaea —, apesar de os genes que codificam essas proteínas serem muito diferentes entre si. [...]
"Isso sugere que o tipo de estrutura das proteínas do envoltório viral precedeu a separação evolutiva dos três domínios da vida, que teria ocorrido há mais de três bilhões de anos", disse Mark A.Young, o coordenador da equipa de investigadores e co-autor do artigo, em entrevista ao The Scientist.
Os genes virais evoluem tão rapidamente que é muito difícil determinar relações de sequência de bases quando as distâncias evolutivas são grandes, diz David Prangishvili, do Departamento de Microbiologia da Universidade de Regensburg. Para investigar as relações evolutivas, são necessários critérios mais sofisticados do que a simples semelhança das sequências. [...]
Young diz que esse tipo de indício sugere que os vírus são, de facto, muito antigos e que provavelmente estavam entre as primeiras formas de vida, se não antes. Ele acredita que os vírus, ou seus ancestrais, precederam as formas celulares de vida no nosso planeta. [...]
A pesquisa foi parcialmente financiada pela Nasa (National Aeronautics and Space Administratiori) e pela National Science Foundation.
A Astrobiologia frequentemente leva investigadores a ambientes inóspitos na tentativa de compreender como a vida pode ter começado."Nós usamos Yellowstone como um laboratório para desenvolver técnicas e para encontrar novos vírus de interesse, que se repliquem em águas ácidas e quentes. Até certo ponto esse trabalho ajuda a NASA e outras agências a pensar sobre como procurar vida quando não se sabe realmente o que se está procurando", diz Young.
Por exemplo, Young pensa que é muito provável que algo semelhante a um ser vivo ou moléculas orgânicas poderiam ter chegado à Terra vindo de outros lugares do espaço sideral."Eu não penso que seja mais ficção científica acreditar que formas de vida ou moléculas precursoras da vida semelhantes a vírus possam ter chegado à Terra vindo do espaço. O que realmente impressiona na vida é como ela pode se adaptar a ambientes incrivelmente inóspitos, e eu acredito que a capacidade de a vida viajar pelo espaço seja possível."
"É um novo mundo que se abre", diz Marie-Claude Serre, do Institut de Génétique et Microbiologie (França).
"Como os autores apontaram, poucos vírus que parasitam Archaea [arqueas] foram isolados e ainda existe um grande número de novas famílias de vírus para serem definidas, assim é como um novo mundo a ser explorado. O trabalho é realmente interessante e muito excitante [...]," disse Serre, que não participou do estudo.
Fonte: Cathy Holding. Tbe Scientist- Daily News. Disponível em: http://www.the-scientist.com.
Com base na comparação dos vários tipos de vírus atualmente conhecidos e de um vírus icosaédrico (isto é, com a forma de um poliedro de 20 faces) encontrado numa fonte termal no parque nacional de Yellowstone (nos Estados Unidos), o grupo de cientistas descobriu que as proteínas do capsídio são muito semelhantes em todos os tipos de vírus, que parasitam seres dos três domínios da vida — Eukarya, Bactéria e Archaea —, apesar de os genes que codificam essas proteínas serem muito diferentes entre si. [...]
"Isso sugere que o tipo de estrutura das proteínas do envoltório viral precedeu a separação evolutiva dos três domínios da vida, que teria ocorrido há mais de três bilhões de anos", disse Mark A.Young, o coordenador da equipa de investigadores e co-autor do artigo, em entrevista ao The Scientist.
Será o Vírus o Precursor da Vida? |
Young diz que esse tipo de indício sugere que os vírus são, de facto, muito antigos e que provavelmente estavam entre as primeiras formas de vida, se não antes. Ele acredita que os vírus, ou seus ancestrais, precederam as formas celulares de vida no nosso planeta. [...]
A pesquisa foi parcialmente financiada pela Nasa (National Aeronautics and Space Administratiori) e pela National Science Foundation.
A Astrobiologia frequentemente leva investigadores a ambientes inóspitos na tentativa de compreender como a vida pode ter começado."Nós usamos Yellowstone como um laboratório para desenvolver técnicas e para encontrar novos vírus de interesse, que se repliquem em águas ácidas e quentes. Até certo ponto esse trabalho ajuda a NASA e outras agências a pensar sobre como procurar vida quando não se sabe realmente o que se está procurando", diz Young.
Por exemplo, Young pensa que é muito provável que algo semelhante a um ser vivo ou moléculas orgânicas poderiam ter chegado à Terra vindo de outros lugares do espaço sideral."Eu não penso que seja mais ficção científica acreditar que formas de vida ou moléculas precursoras da vida semelhantes a vírus possam ter chegado à Terra vindo do espaço. O que realmente impressiona na vida é como ela pode se adaptar a ambientes incrivelmente inóspitos, e eu acredito que a capacidade de a vida viajar pelo espaço seja possível."
"É um novo mundo que se abre", diz Marie-Claude Serre, do Institut de Génétique et Microbiologie (França).
"Como os autores apontaram, poucos vírus que parasitam Archaea [arqueas] foram isolados e ainda existe um grande número de novas famílias de vírus para serem definidas, assim é como um novo mundo a ser explorado. O trabalho é realmente interessante e muito excitante [...]," disse Serre, que não participou do estudo.
Fonte: Cathy Holding. Tbe Scientist- Daily News. Disponível em: http://www.the-scientist.com.
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