As células eucariontes são tipicamente 10 vezes o comprimento e 1000 vezes o volume das células procarióticas (embora exista uma grande variação de tamanho dentro de cada categoria). Os eucarióticos possuem, além disto, uma gama de características – um citoesqueleto, mitocôndrias, e outras organelas – que os separa das bactérias e arquibactérias.
Quando e como os eucariotos desenvolveram esses sistemas é um mistério. Embora eucariotos, bactérias e arquibactérias devem ter divergido um dos outros muito cedo na Historia da Vida Terrestre, os eucariotos não adquiriram as suas características distintas num mesmo momento.
Nota-se que as mitocôndrias são essencialmente as mesmas nos vegetais, animais e fungos, e por isso supõe-se que elas foram adquiridas antes que essas linhas se divergissem. |
De acordo com a Teoria, a célula eucariótica ancestral era uma predadora que se alimentava pela captura de outras células. Um tipo de vida desses requer um grande tamanho, uma membrana flexível e um citoesqueleto para ajudar na movimentação e alimentação da célula. O compartimento nuclear pode ter se desenvolvido para proteger o frágil DNA de ser danificado pelo movimento do citoesqueleto.
Esse eucarioto primitivo, com um núcleo e um citoesqueleto, era provavelmente o tipo que englobava as eubactérias de vida livre que metabolizavam oxigênio e que eram ancestrais das mitocôndrias. Supõe-se que esta parceria tenha se estabelecido 1,5 bilhão de anos atrás, quando a atmosfera da Terra tornou-se rica em oxigênio pela primeira vez. Um subgrupo dessas células mais tarde adquiriu cloroplastos pela junção de bactérias fotossintéticas (figura acima).
O comportamento de vários dos microrganismos ativamente móveis de vida livre, chamados protozoários, sustenta que os eucariotos unicelulares podem atacar e devorar outras células. O Didinium, por exemplo, é um protozoário, grande carnívoro, com diâmetro de cerca de 150 µm – talvez 10 vezes maior que uma célula humana média. Ele tem um corpo globular envolvido por duas franjas de cílios, e a sua parte anterior é achatada exceto por uma única saliência um tanto similar e um focinho.
Didinium |
O Didinium nada em altas velocidades por meio dos batimentos ciliares. Quando ele encontra uma presa, normalmente outro protozoário, libera inúmeros dardos paralisantes pequenos a partir da sua região do focinho. Então o Didinium se liga a outra célula e a devora, invaginando-se como uma boca oca para englobar a sua vítima, que é quase tão grande como ele próprio.
Didinium alimentando-se |
Os protozoários incluem algumas das células mais complexas conhecidas. A figura abaixo transmite algo sobre a variedade de formas dos protozoários e o seu comportamento também variado: eles podem ser fotossintéticos ou carnívoros, móveis ou sedentários. A sua anatomia celular é muito elaborada e inclui estruturas como cerdas sensoriais, fotorreceptores, cílios vibráteis, apêndices semelhantes a hastes, partes da boca, ferrão e feixes contrateis semelhantes a músculos. Embora sejam unicelulares, os protozoários podem ser tão complicados e versáteis quanto a vários organismos multicelulares.
Protozoário |
Esses desenhos foram realizados em diferentes escalas, mais em cada caso a barra de escala representa 10 µm. Os organismos em (A), (B), (E), (F) e (I) são ciliados; (C) um euglenóide; (D) uma ameba; (G) um dinoflagelado; e (H) um heliozoano. (A partir de M.A. Sleigh, The Biology of Protozoa. London: Edward Arnold, 1973).
Fonte: Fundamentos da Biologia Celular - Alberts, Bray, Hopkin, Johnson, Lewis, Raff, Roberts e Walter - 2006
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