A lista de consequências já é grande, mas caso as emissões de dióxido de carbono (CO2) continuem a aumentar, o comportamento dos peixes poderá ficar gravemente perturbado, segundo avança um estudo publicado na «Biology Letters», por investigadores da James Cook University (Austrália).
Peixes crescidos em laboratório, numa água enriquecida com CO2 em proporções semelhantes às quantidades previstas para dentro de umas décadas, perderam todas as faculdades de lateralização, ou seja, verificou-se que não conseguiam distinguir a direita da esquerda.
CO2 afetou comportamento auditivo e níveis de atividade. |
Em condições normais, estes animais são geralmente ‘inteligentes’ e capazes de se dirigirem para o mesmo lado para fugir de um predador ou para se deslocarem. A equipe de Philip Munday, líder do estudo, mostrou que o CO2 afeta o comportamento auditivo e os níveis de atividades de peixes de recifes larvais, aumentando o seu risco de serem apanhados por predadores.
Contudo, os mecanismos que estão na base dessas modificações ainda são desconhecidos. A lateralização comportamental é uma expressão de assimetrias cerebrais funcionais e assim leva à hipótese que CO2 afeta a função cerebral.
Os investigadores realizaram testes num labirinto que mostraram que os peixes que habitam águas cheias de dióxido de carbono se deslocam de forma aleatória, sem ter orientação. Os investigadores querem tentar saber se os sentidos dos seres humanos também. No entanto, vão continuar a debruçar-se sobre os peixes para descobrir que outros sintomas podem apresentar.
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