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domingo, 18 de setembro de 2011

MÉDICO QUE ENGANOU O VÍRUS DO HIV/AIDS: GERO HÜTTER


Especialista alemão foi o primeiro do mundo a curar um portador da doença
Gero Hütter, hematologista alemão.
(Imagem: Simone Almeida, FMUP)
"É possível imitar, em laboratório, uma mutação genética que bloqueia a proteína CCR5, responsável pela entrada do vírus HIV/AIDS nas células de defesa do organismo”, segundo afirmou ao «Ciência Hoje» (CH) o hematologista alemão Gero Hütter, do Hospital Universitário Charité de Berlim (Alemanha), presente hoje na VI edição do Young European Scientist (YES) Meeting, que ocorre na cidade do Porto em Portugal, até ao próximo domingo.
Hütter foi o primeiro médico a conseguir “curar” um doente – o executivo norte-americano Timothy Ray Brown – de HIV e leucemia, através de um transplante de medula. Brown é provavelmente o primeiro paciente no mundo a ficar aparentemente livre do vírus da AIDS, através de uma terapia médica. No entanto, o oncologista alemão prefere dizer que “não tem quaisquer sinais da doença desde há quatro anos e meio”, em vez de referir-se ao executivo transplantado como “curado”.
Inicialmente, o objetivo era curá-lo de leucemia e, sem o transplante, a sentença seria três meses de vida. “Tivemos de fazer um transplante para tratar a sua leucemia e o doador da medula possuía uma mutação rara, que eliminava das suas células a proteína CCR5, responsável pela infecção do vírus da AIDS”, segundo explica o especialista.
E acrescenta: “Já sabíamos que um a três por cento das pessoas da Europa tem a mutação [delta 32] que lhes confere uma proteção natural contra a infecção com o VIH e aquando da intervenção, com o transplante as células disseminaram-se e eliminaram as do paciente. Este deixou de tomar a medicação e não encontramos células infectadas”.
Brown não tem sinais de AIV e não precisa de tomar anti-retrovíricos, mas a questão é: Será que está completamente livre da infecção? "É claro que não as analisamos todas as células; caso contrario, teríamos de retalhar o paciente”, sublinha, igualmente, o especialista. Mas, apesar de o executivo estar agora a viver em São Francisco, continua a ser seguido pelo hematologista alemão, que assevera a falta de sinais víricos.
Hütter presente no YES Meeting.
(Imagem: Simone Almeida, FMUP)
Mesmo se a investigação científica aponta a terapia genética como a grande solução para tratar o HIV, o especialista assinala que carece de mais investigação, já que pelo menos “32 por cento dos doentes não resistem ao transplante de medula” e, precisamente por ser um procedimento de risco “é aplicado em pessoas que também sofrem de leucemia” – uma doença que se apresenta terminal.
Proteção natural contra HIV
Todo este procedimento abriu novas portas, já que “manipular a replicação do vírus é possível” e promete novas aplicações terapêuticas, “reproduzindo a proteína CCR5 em laboratório” e proceder à terapia genética, mas “ainda não sabemos que riscos podem daí advir e, por isso, precisamos de mais investigação”.
Hütter salienta também que “algumas pessoas têm uma proteção natural contra o vírus do HIV” [documentada por investigadores canadenses em prostitutas africanas que estiveram diretamente em contato com portadores], verificando-se nelas "uma baixa produção de CCR5"; porém, “poderão mesmo assim ser portadores”, ressalva.
O VI YES Meeting, uma iniciativa científica cuja organização fica todos os anos a cargo de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ocorre na Fundação Engenheiro António de Almeida, contando com 16 ‘workshops’, com experiências baseadas em casos clínicos peculiares à moda do «Dr.House», cursos de sutura e laparoscopia; assim como palestras com cientistas de renome internacional.

4 comentários:

  1. Fantástico médico alemão. Sempre achei que esse povo leva muito a sério tudo o que se dispõe a fazer. Será que já interesse para curarem estas doenças tão terríveis?

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  2. Além de ser um médico brilhante é bem humilde e ponderado, pois não admite ainda que descobriu a cura para a doença.

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  3. Que particularidade existe, numa media de "um a três por cento das pessoas da Europa em mutação[ delta 32]? Ou refere-se somente a um estudo baseado na Europa, não em Africa, America, Asia, Oceanica? Precisa dizer ao certo o que é?

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  4. Ele somente pesquisou casos na Europa, mais acredito que em todas as partes do mundo tenha pessoas com mutação genética (delta 32) que são imunes ao HIV. Existem casos relatados na própria África, no Congo, que mulheres em algumas épocas apresemtam o vírus e em outras épocas eles simplesmente desaparecem de seus corpos, e não comprometem sua saúde.

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